quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os Incríveis Anos 70

Queen
Em 1970 o rock, assim como os roqueiros da primeira geração, já haviam atingido sua maioridade e a inocência dos primeiros tempos era apenas passado. As grandes bandas em sua maioria estavam cercadas dos melhores equipamentos de estúdio e mesmo orquestras (bastante emblemático é o lançamento do Deep Purple, Concerto For Group And Orchestra). Um outro grande passo para a sofisticação fora também a rápida difusão dos sintetizadores (a início os Moogs e Minimoogs inventados por Robert Moog), teclados capazes de criar novas tessituras e variedades sonoras antes impraticáveis.
Com bandas de músicos virtuosos como Pink Floyd, Led Zepellin, Jethro Tull, Queen e Deep Purple, e os super experimentais Mothers Of Invention de Frank Zappa, associados aos trabalhos cada vez mais elaborados de bandas antigas como os Beatles e o The Who (que havia lançado a ópera rock Tommy, elevando definitivamente o rock a categoria de arte) a simplicidade característica do rock dos primeiros tempos havia sumido.
O fim dos Beatles foi emblemático do fim de mais uma era no rock. Haviam sido talvez a banda que mais ajudara na transição entre o rock básico de letras simples dos primeiros tempos ao rock mais complexo e sério musicalmente e liricamente. Não mais apenas diversão e produto de consumo o rock era definitivamente encarado como expressão artística e social.
Led Zeppelin
O rock progressivo começava a se apresentar ao grande público e Greg Lake, após abandonar a banda King Crimson, formava a clássica banda Emerson, Lake & Palmer (acompanhado de Keith Emerson e Carl Palmer), cativando um público cada vez mais sério. O álbum Deja Vu de Crosby, Stills, Nash & Young, é o mais vendido do ano nos estados unidos. Com a aquisição do baterista Phill Collins a banda Genesis iniciava sua careira de sucesso.
Embora o rock progressivo continuasse em expansão, bandas de musicalidade mais simples e muito baseadas no apelo fácil da rebeldia voltavam a surgir para suprir a nova geração, principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra com bandas como Slade, Sweet, Gary Glitter, T Rex, ou conseguiam um sucesso tardio, como David Bowie, Bay City Rollers e Elton John. A imagem (maquiagem, cabelos, roupas exageradas e coloridas) de músicos como Marc Bolan, do T Rex, iniciavam a definição do estilo Glam Rock (que aproveitavam a imagem exdrúxula e em muitos casos andrógina como fator de marketing).
Black Sabbath
Na Inglaterra, em 1970, sem requintes musicais, o Black Sabbath gravava seu primeiro disco (conta a lenda que em apenas dois dias), auto entitulado, expandindo as fronteiras do "peso" no hard rock e criando o que possivelmente poderia ser o primeiro disco definitivamente heavy metal conhecido do grande público. O limite dos escândalos envolvendo sexo, drogas e "satanismo" também é empurrado para diante.
Munido de maquiagem e teatralidade inéditos até então Alice Cooper seria a resposta americana ao inédito peso e atitude do Black Sabbath. Surge para o público em 1971 com o hit Eighteen e o álbum Love It To Death.
Pink Floyd
Também em 1971 surge nos Estados Unidos a banda Aerosmith lançando seu primeiro disco homônimo, com seu vocalista Steven Tyler com seus grandes lábios que para sempre seriam comparados aos de Mick Jagger.
Em 1973, paralelamente ao rock elaborado das bandas progressivas ou de hard rock (o Queen lançava seu excelente primeiro disco auto-entitulado) e ao rock comercial glam. 
A cristalização do uso da imagem, do teatro e da "atitude" como fator de marketing tão ou mais importante do que a própria música seria a banda americana Kiss (que lançou seu álbum de estréia, auto-entitulado, em 1974) cujos músicos tocavam maquiados, assumiam personalidades de demônio, animal, homem espacial e deus, voavam, cuspiam fogo, vomitavam sangue e vendiam discos, maquiagem e bonecos como nenhuma banda de simples músicos poderia vender.
Surgia em 1975 nos pequenos bares e casas de show dos Estados Unidos um movimento musical underground marcado por descompromisso e cheio da autenticidade e da real rebeldia que faltava a estes primeiros. Em pequenos locais (como o emblemático CBGB em New York) bandas como Blondie e Ramones. O estilo era marcado pelo "do-it-yourself", a possibilidade de qualquer um (mesmo que não sabendo tocar) montar uma banda.  
Foi responsabilidade de Malcon McLaren, até então dono de uma loja de roupas de couro (de certa forma uma sex shop) em Londres, o aproveitamento do novo estilo como algo comercial. Não tendo sido bem sucedido em empresariar a banda americana New York Dolls (que já estavam em franca decadência), McLaren voltou a Londres com a finalidade de montar ele próprio uma banda usando o padrão que havia conhecido nos Estados Unidos. Entre clientes de sua loja recrutou quem tivesse os parcos conhecimentos musicais necessários para formar a banda Sex Pistols. Acrescentaram à música simples e alucinada dos punks americanos letras anarquistas e mais agressivas. Seu primeiro hit foi Anarchy In The Uk, em 1975.
David Bowie
O punk criado nos estados unidos e popularizado na Inglaterra (onde logo viria a se tornar um movimento social do proletariado e não mais apenas um estilo musical) foi uma resposta necessária ao rock que estava se levando a sério demais, aos álbuns duplos conceituais, aos solos de dez minutos e às bandas que perdiam de vista o caráter de diversão do rock. O punk embora considerado por muitos anti-música foi na pior das hipóteses um mal necessário para mostrar e conter alguns exageros do progressivismo.
Em 1977 o primeiro disco dos Sex Pistols, Nevermind The Bollocks entraria direto no primeiro lugar da parada britânica. Aos Sex Pistols se seguiriam dezenas de bandas inglesas e americanas como Clash, Damned, Siouxie and The Banshees, além de serem resgatadas e tiradas do anonimato bandas como Ramones e Blondie.
AC/DC
O estilo também influiria embora indiretamente na sonoridade de novas bandas que surgiam, como Motörhead e AC/DC. O punk também absorveria elementos de outros estilos (como o reggae, por exemplo, de temática e musicalidade semelhantes em sua simplicidade). Bandas como The Police, Simple Minds e Pretenders (e um pouco mais tarde U2) adotariam um estilo que viria a ser conhecido como new wave, mais facilmente aceitável que o punk (cuja fórmula inicial já não surtia tanto efeito comercialmente).
Mas o punk e a new wave não eram a única alternativa à onda "disco" que assolava a música. Começava a se formar na Inglaterra com bandas como Judas Priest, Samsom e principalmente Iron Maiden o que viria a ser conhecido como New Wave Of British Heavy Metal, a resposta do som pesado e elaborado à sonoridade simples do punk. O hard rock também dava sinais de renovação com o primeiro álbum auto-entitulado da banda Van Halen em 1978.
Apesar do fim dos Sex Pistols em 1978 (com a fórmula tão esgotada quanto os próprios músicos após uma imensa tour pelos Estados Unidos) e da morte do anti-heroi, símbolo do punk, Sid Vicious (de overdose, após conseguir liberdade condicional da prisão onde estava por ter supostamente assassinado a namorada) em 1979, o rock nunca mais seria o mesmo após a onda punk.
Aerosmith
A década de 1970 foi sem dúvida a que mais marcou, criou estilos, nasceram ídolos e hinos, gerou diversas vertentes dentro do Rock N' Roll, Hard Rock, Punk Rock, Glam Rock, Heavy Metal, Black Metal, é talvez a década mais rica e saudosa da história do Rock, e para aqueles que tiveram o previlégio de terem vivido de maneira plena os loucos anos 70, não se preocupem, assim como em Vegas o que aconteceu nos anos 70, ficou nos anos 70!


 FONTE: Wikipédia; Documentário A História do Rock N' Roll (Parte 3 Anos 70) 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Alguns dos Grandes Nomes do Rock nos Anos 60

The Beatles
The Beatles foi uma banda de rock britânica, formada em Liverpool em 1960 e o grupo musical mais comercialmente bem-sucedido e aclamado da história da música popular. A partir de 1962, o grupo era formado por John Lennon (guitarra rítmica e vocal), Paul McCartney (baixo e vocal), George Harrison (guitarra solo e vocal) e Ringo Starr (bateria e vocal). Enraizada do skiffle e do rock and roll da década de 1950, a banda veio mais tarde a assumir diversos gêneros que vão do folk rock ao rock psicodélico, muitas vezes incorporando elementos da música clássica e outros, em formas inovadoras e criativas. Sua crescente popularidade, que a imprensa britânica chamava de "Beatlemania", fez com que eles crescessem em sofisticação. Os Beatles vieram a ser percebidos como a encarnação de ideais progressistas e sua influência se estendeu até as revoluções sociais e culturais da década de 1960.
Com a formação inicial de Lennon, McCartney, Harrison, Stuart Sutcliffe (baixo) e Pete Best (bateria), os Beatles construíram sua reputação nos pubs de Liverpool e Hamburgo durante um período de três anos a partir de 1960. Sutcliffe deixou o grupo em 61, e Best foi substituído por Starr no ano seguinte. Abastecida de equipamentos profissionais moldados por Brian Epstein, que depois se ofereceu para gerenciar a banda, e com seu potencial reforçado pela criatividade do produtor George Martin, os Beatles alcançaram um sucesso imediato no Reino Unido com seu primeiro single "Love Me Do". Ganhando popularidade internacional a partir do ano seguinte, excursionaram extensivamente até 1966, quando retiraram-se para trabalhar em estúdio até sua dissolução definitiva em 1970. Cada músico então seguiu para uma carreira independente. McCartney e Starr continuam ativos; Lennon foi baleado e morto em 1980, e Harrison morreu de câncer em 2001.
Durante seus anos de estúdio, os Beatles produziram o que a crítica considera um dos seus melhores materiais, incluindo o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967), amplamente visto como uma obra-prima. Quatro décadas após sua dissolução, a música do grupo continua a ser muito popular. Os Beatles tiveram mais álbuns em número 1 nas paradas britânicas do que qualquer outro grupo musical. De acordo com a RIAA, eles venderam mais álbuns nos Estados Unidos do que qualquer outro artista. Em 2008, a Billboard divulgou uma lista dos top-selling de todos os tempos dos artistas Hot 100 para celebrar o cinquentenário das paradas de singles dos EUA, e a banda permaneceu em primeiro lugar. Eles já foram honrados com 8 Grammy Awards, e 15 Ivor Novello Awards da BASCA.. Já venderam mais de um bilhão de discos. Os Beatles foram coletivamente incluídos na compilação da revista Time das 100 pessoas mais importantes e influentes do século XX.
Retomando a época de criação do Sgt. Pepper's…, como é comumente tratado, "foi um momento decisivo na história da civilização ocidental", segundo a descrição de um crítico do The Times.Dois dias depois do lançamento do disco, em 3 de junho de 1967, Jimi Hendrix já tocava a faixa-título em seus concertos, o que deixou McCartney particularmente emocionado. Além de ter sido o primeiro álbum de rock a ganhar os Grammys de "melhor álbum do ano", "melhor álbum contemporâneo", a "melhor capa" e a "melhor engenharia de som", o Sgt. Pepper's…, quando colocado no mercado, bateu todos os recordes de venda: vendeu um quarto de milhão de exemplares na Grã-Bretanha (somente na primeira semana), permaneceu durante quase meio ano consecutivo no primeiro lugar do topo de vendas – feito praticamente impensável hoje em dia – e é tido como vanguarda, principalmente pela originalidade da capa que, inclusive, inspirou artistas do mundo inteiro. McCartney é tido como o responsável pela ideia da capa e pela maioria das músicas do álbum. Ele havia esboçado um desenho onde uma multidão assistia a banda Sgt. Pepper e recebia do prefeito uma copa ou troféu. Robert Frazer, comerciante de arte e conhecido do grupo, levou Paul a conhecer Peter Blake, um dos artistas pioneiros e fundadores da Pop Art; Blake desenhou toda a capa, adicionando pessoas influentes de todo o mundo – escolhidas por Lennon, Harrison, Starr e, claro, Paul – caracterizadas como bonecos de papelão, sem contar os bonecos de cera dos Beatles.
Em janeiro de 1969, os Beatles iniciaram um projeto cinematográfico que documentaria a realização de sua próxima gravação, originalmente intitulado Get Back. Durante as sessões de gravação, a banda realizou sua última apresentação ao vivo no último andar do edifício da Apple, em Londres, na tarde fria de 30 de janeiro de 1969. A maior parte da apresentação foi filmada e, posteriormente, incluída no filme Let It Be. A ideia de tocar no telhado do prédio foi de Lennon. O concerto parou a rua inteira do prédio e, rapidamente, o lugar ficou lotado de pessoas; inclusive, os vizinhos da região logo espreitavam das sacadas o concerto. Os Beatles tocaram durante quarenta minutos até a polícia local interferir pedindo que abaixassem o volume dos instrumentos; Mal Evans explicou que não era qualquer pessoa que estava tocando, e sim os Beatles. A apresentação terminou antes do previsto, e tornou-se famosa. Com o projeto Let It Be temporariamente suspenso, os Beatles gravaram seu penúltimo álbum, Abbey Road, no verão de 1969. A conclusão da canção "I Want You (She's So Heavy)" para o álbum em 20 de agosto de 1969 foi a última vez que o quarteto reuniu-se em mesmo estúdio. Lennon anunciou sua saída para o resto do grupo em 20 de setembro, 1969, embora tenha concordado em não anunciar isso publicamente até que determinadas questões jurídicas fossem resolvidas.
Em Março de 1970, a sessão de teipes do "Get Back" foram entregues ao produtor americano Phil Spector, que tinha produzido o compacto solo de Lennon – "Instant Karma!". McCartney anunciou publicamente a dissolução em 10 de abril de 1970, uma semana antes do lançamento de seu primeiro álbum solo, McCartney. As cópias de pré-lançamento incluíram um comunicado à imprensa onde McCartney realizava uma entrevista consigo mesmo, explicando o fim dos Beatles e suas esperanças para o futuro. Em 8 de maio de 1970, a versão de "Get Back" produzida por Spector foi lançada como Let It Be, seguido com o documentário de mesmo nome. Legalmente, a parceria dos Beatles não foi dissolvida até 1975, embora Paul tenha apresentado uma ação para a dissolução em 31 de dezembro de 1970, efetivamente terminando a carreira em conjunto da banda.

The Rolling Stones
The Rolling Stones é uma banda de rock inglesa formada em 25 de maio de 1962, e é uma das bandas mais antigas ainda em atividade. Ao lado dos Beatles, foram considerados a banda mais importante da chamada Invasão Britânica ocorrida nos anos 1960, que adicionou diversos artistas ingleses nas paradas norte-americanas e que decisivamente influenciaram na música pop e nos costumes.
Formado por Brian Jones, Keith Richards, Mick Jagger, Bill Wyman e Charlie Watts, o grupo calcava sua sonoridade no blues. Em mais de quarenta anos de carreira, sucessos como "Wild Horses", "(I Can't Get No) Satisfaction", "Start Me Up", "Sympathy For The Devil", "Jumping Jack Flash", "Miss You" e "Angie" fizeram dos Stones uma das mais conhecidas bandas do rock mundial, levando-a a enfrentar todos os grandes clichês do gênero, desde recepções efusivas da crítica até problemas com drogas e conflito de egos, principalmente entre Jagger e Richards. Os Rolling Stones já venderam mais de 200 milhões de álbuns no mundo inteiro em sua carreira.
Tudo começou em 1960, quando os dois amigos de infância, Mick e Keith, se reencontraram em um trem na estação de Dartford, Inglaterra, [2]e descobriram um interesse em comum por blues e rock and roll. Foram convidados pelo guitarrista Brian Jones em 1962 a montar a definitiva banda de R&B branca, que se chamaria The Rolling Stones, inspirado no nome de uma canção de Muddy Waters, Rollin' Stone, cujo nome foi utilizado oficialmente, pela primeira vez, em sua apresentação no Marquee Club de Londres em 12 de julho de 1962.
O pianista Ian Stewart, amigo de Brian, seria o co-fundador da banda, mas porque sua imagem pessoal não tinha o devido sex-appeal, ele seria rebaixado a gerente de palco, com direito a gravar com a banda mas não de posar como membro. Bill Wyman, que embora já vivesse da noite há muito mais tempo que os demais, seria acrescentado à banda por um motivo fútil: possuía mais de um amplificador. Em janeiro de 1963, Charlie Watts assumiria definitivamente a bateria. A boa repercussão nas apresentações ao vivo somadas à habilidade promocional de seu empresário, levou a banda a um contrato com a Decca Records (então a piada do ano por ter recusado um contrato com os Beatles). Seu empresário promove a banda com uma imagem de rebeldes e cria a pergunta: Você deixaria sua filha se casar com um Rolling Stone?.
Os primeiros singles, um cover de uma canção de Chuck Berry e Muddy Waters de cada lado, Come On/I Want To Be Loved, e uma gravação para uma composição da dupla John Lennon e Paul McCartney, I Wanna Be Your Man, foram bem aceitos. O primeiro álbum, chamado simplesmente The Rolling Stones, saiu em abril de 1964, contendo apenas uma composição de Jagger e Richards. Apenas com Tell Me (You're Coming Back), lançado em junho de 1964, é que uma composição da dupla seria lançada como lado A de um compacto. A partir daí, pouco a pouco o material próprio começou a ser valorizado, tendo em Out Of Our Heads, de 1965, o primeiro de uma série de discos basicamente de composições da dupla Jagger-Richards. É nesse ano que a banda lança seu maior hit em todos os tempos, (I Can't Get No) Satisfaction.
Com o álbum Aftermath, de 1966, a banda começaria uma fase de músicas mais longas e de arranjos mais elaborados. O flerte com o rock psicodélico e experimental teria seu ápice em Their Satanic Majesties Request, de 1967. Com Beggar's Banquet (1968) haveria a volta ao estilo mais próximo ao R&B que os fizeram famosos. São desta época dois dos maiores hits da banda, Jumpin' Jack Flash, que só saiu como compacto e a controversa Sympathy For The Devil - que Mick disse ter se inspirado em uma visita a um centro de candomblé na Bahia - música responsável pela maior parte das acusações de satanismo que a banda iria sofrer desde então.
Em 1969 Brian Jones oficialmente abandona os Stones, sendo substituído por Mick Taylor (que havia tocado com o John Mayall's Bluesbreakers). Poucos dias depois de sua saída, Brian Jones seria encontrado morto afogado na piscina de sua casa em Sussex, em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas. Existem duas versões: que ele se afogou sob influência de drogas e álcool, ou que ele foi afogado propositalmente por um dos empreteiros contratados para fazer obras na propriedade. Entretanto, em 1993, um empreteiro conhecido como Frank, assumiu em seu leito de morte ter assassinado Brian Jones através de afogamento. Embora houvesse sido planejado muito tempo antes, dias depois a banda realizou um concerto memorável no Hyde Park, em Londres, diante de um público de 300 mil pessoas, que acabou tendo um significado especial além da apresentação do pouco conhecido novo guitarrista, Mick Taylor. O show aconteceu num palco decorado com uma enorme foto colorida e estourada de Jones. Jagger, vestido de branco, interrompeu a apresentação para ler uma passagem do poema Adonais de Percy Bysshe Shelley, em memória do amigo problemático. Enquanto mais de 3.000 borboletas brancas eram soltas do palco para a platéia emocionada. Os Stones pareciam ter chegado ao fim de uma era. Sem imaginar que a próxima tragédia estava bem próxima.
Em 6 de dezembro de 1969, o grupo chegou a Altamont, na Califórnia, para uma grande apresentação ao ar livre - com uma platéia pelo menos duas vezes maior do que a do Hyde Park. Bem antes dos Stones subirem no palco já havia problemas. A segurança do espetáculo estava sob a responsabilidade de um bando de Hell`s Angels de São Francisco, uma gangue de motoqueiros grossos e arrogantes que não sentiam nada a não ser desprezo pela multidão de mais de 500 mil hippies. Qualquer um que tentasse subir no palco era agredido e escorraçado de volta para a platéia por Angels que portavam tacos de sinuca. Durante a apresentação da banda Jefferson Airplane, que antecedeu a atração principal, fãs estavam sendo carregados para as cabanas da Cruz Vermelha em maior quantidade do que os médicos de plantão podiam dar conta. Quando os Rolling Stones finalmente foram se apresentar, a multidão ficou histérica, e os Hell`s Angels reagiram ficando ainda mais selvagens. Durante a execução de Under My Thumb no momento em que Mick finalizava a canção, um jovem hippie Meredith Hunter negro,ataca os seguranças (hells angels) que desde muito antes tratavam o público com hostilidade e violência, em contrapartida, um hell angel apunhala o jovem pelas costas, matando-o . Os Stones tinham noção de que alguma coisa havia acontecido, embora do palco fosse difícil dizer exatamente o quê. No dia seguinte é que os Rolling Stones descobriram que quatro pessoas (incluindo Meredith Hunter) haviam morrido naquele dia. Há versões de que Meredith foi agredido pelos Hell`s Angels por estar acompanhado de uma linda loira, mas ele estava armado com um revolver e o assassino, Alan Passaro, foi julgado alguns anos depois e inocentado por legítima defesa. O que aconteceu naquele dia fatídico está registrado no filme Gimme Shelter, de 1970. Ainda em 1969 os Stones lançaram Let It Bleed (título geralmente visto como sátira a Let It Be, dos Beatles, disco que de fato só seria lançado seis meses depois). Em 1970 sai Get Your Ya-Ya's Out, o primeiro disco ao vivo, com estéreo autêntico e alta fidelidade, gravado de sua apresentação no Madison Square Garden, em Nova York.
Em 1971 a banda passa para a Atlantic Records, que lhes permite estrear o selo próprio, Rolling Stones Records. Nesse ano a banda lança um dos seus álbuns mais curiosos, Sticky Fingers, cuja capa foi idealizada por Andy Warhol com uma foto de uma pélvis atribuída a Jagger e cujo LP original possuía um zíper que podia ser aberto e mostrava uma figura de uma cueca (a despeito da banana do álbum Velvet Underground and Nico). Esse álbum também foi o primeiro a mostrar o famoso logotipo da boca que apesar de ter sido sempre atribuído a Andy Warhol na verdade foi produzido por John Pasche.
Keith Richards encontra-se no sul da França, na mansão utilizada pelos nazistas Villa Nellecote, pelo fato de todos os Stones estarem devendo uma fortuna de imposto de renda na Inglaterra. Esse período foi considerado como o exílio dos Rolling Stones. A intenção da banda, é compor todo o novo álbum (que viria a ser Exile on Main St) para, na sequência, promover uma grande turnê pelos Estados Unidos. O faturamento da tour serviria para quitar os impostos dos Stones na terra da Rainha. Entretanto, os problemas de Keith e sua esposa, Anita Pallemberg, com as drogas acaba por atravancar os trabalhos de composição. Após várias semanas pontuadas por incidentes e trabalhos infrutíferos, Keith e Anita são acusados de tráfico de drogas e obrigados a fugir da França às pressas. A maior parte do disco é composta e gravada em Los Angeles (EUA). Antes da conclusão do trabalho, no entanto, Keith Ricards passa por um severo programa de desintoxicação na Suíça. Após a mixagem lançam, em 1972, o álbum duplo Exile on Main Street, considerado por muitos, e pelo próprio Jagger, como o melhor álbum da banda pela sua consistência, plasticidade e versatilidade dos músicos, o qual produz, entre outras, a música Tumbling Dice, obrigatória em qualquer show dos Stones até os dias de hoje.
Com a excelente repercusão do disco anterior e embalados pela sua turnê de 1972/1973, os Stones entram mais uma vez no estúdio e lançam em 1973 o álbum Goats Head Soup, amplamente conhecido pelo hit Angie e pela polêmica Star Star. Interessante que a balada Waiting on a Friend foi composta e gravada durante as sessões deste álbum e lançada apenas oito anos depois no álbum Tattoo You (1981), a qual, devidamente remixada tornou-se um hit da banda, assim como a música Tops.
Em 1974 os Rolling Stones gravam o clássico It's Only Rock'n'Roll no estúdio do guitarrista Ronnie Wood (que tocava com a banda inglesa The Faces, liderada por Rod Stewart). Com a saída repentina de Mick Taylor para seguir carreira solo, Wood assume a segunda guitarra, embora só será oficialmente um membro efetivo dos Stones a partir da turne de 1975, cuja primeira apresentação com a banda ocorre em 1º de junho do mesmo ano em Baton Rouge, Lousiana, Estados Unidos, através dos acordes de Honky Tonk Women.
Embora a turnê de 1975 tenha sido batizada de Tour Of The Americas pois previa, além dos Estados Unidos e Canadá, shows no Brasil - Rio de Janeiro (14 e 17/08) e São Paulo (19 e 21/08), México (7 e 10/08) e Venezuela (28 e 31/08), estes não ocorreram por restrições políticas dos governantes desses países, preocupados com a imagem de desordeiros e drogados que a banda poderia passar além de desagradar os respectivos regimes de governo.
Lançam, então, Black & Blue (1976), um disco mais intimista com forte participações de convidados como Billy Preston, que já havia gravado Let It Be, dos Beatles e vinha participando de todos os álbuns dos Stones desde Sticky Fingers de 1971, e Ron Wood confirmado no comando da segunda guitarra, que obtém razoável sucesso. O álbum seguinte é Love You Live (1977), um duplo ao vivo gravado na turnê européia de 1976, bastante heterogêneo e com a formação básica da banda no palco. Em (1978) lançam Some Girls que é bem mais pesado do que os últimos trabalhos. Este disco é fortemente influenciado pelo movimento punk surgido nos Estados Unidos em 1974, com temas rápidos e agressivos como Respectable e When The Whip Comes Down, embora o disco seja mais lembrado pelo seu hit à la discoteque Miss You. Mostrando a vitalidade característica até os dias de hoje, ainda no mesmo ano saem, novamente, em turnê pelos Estados Unidos e já dão mostras da tendência que por eles será magistralmente explorada nos próximos anos: enormes palcos e infra-estrutura dos shows, jamais vistas até então. Em 1980 lançam um disco mais linear, Emotional Rescue, com um hit homônimo.
Em 1981 a banda larga Atlantic Records e assina com a EMI. O álbum de estreia é Tattoo You, tido por muitos como o melhor álbum da banda de todos os tempos e talvez o seu único grande triunfo para esta gravadora, visto ser o de maior sucesso comercial da banda até os dias de hoje. Destacam-se inúmeros hits da banda, como a explosiva Start Me Up, obrigatória em todos os shows, e a balada Waiting On A Friend, composta inicialmente em 1973 e não lançada no disco do mesmo ano.
Com a excursão americana no mesmo ano, os Rolling Stones definitivamente inauguram a moda de shows gigantescos de duração de três horas, palcos móveis e desmontáveis e toneladas de equipamentos de som e luz. Resumindo a turnê em solo americano lançam em (1982) o álbum ao vivo Still Life (American Concert 1981) e o filme Let's Spend the Night Together, que, sob a direção do renomado Hal Ashby, mostra o vigor juvenil de Jagger e a reabilitação de Richards das drogas, além do novo formato de apresentações ao vivo.
Em meio a especulações da mídia de possível separação da banda, no final de 1983 os Stones lançam o álbum Undercover, e, alimentando ainda mais estes rumores, a banda não sai em turnê e tampouco os músicos se pronunciam a respeito, cada um elaborando trabalhos individuais e não sendo vistos juntos em nenhuma ocasião.
Ian Stewart, pianista, gerente de palco e um dos fundadores da banda, acompanhando em todos os álbuns e shows, morre em 1985 em virtude de um ataque cardíaco. Tido como o sexto Stone, é homenageado com uma faixa no álbum da banda de 1986, Dirty Work, cujo álbum também não é acompanhado de turnê.
O relacionamento entre os membros restantes da banda não era dos melhores, com desentendimentos frequentes entre Jagger e Richards. Mick Jagger envereda em uma carreira solo gravando músicas dentro do estilo Rolling Stones e causa um desentendimento sério entre ele e seu sócio Keith Richards. Especulações sobre o fim da banda duram por seis anos, embora o clima ruim não impedisse que continuassem sendo lançados álbuns de repercussão cada vez maior. Jagger, Richards, Wood, Wyman e Watts lançaram vários álbuns solo durante a década de 1980 e 1990.
Os Stones adentraram a década de 1990 com uma nova gravadora, a CBS, em meio a rumores de que Mick Jagger e Keith Richards não podiam nem mesmo dividir uma mesma sala sem se engalfinharem. Os constantes boatos sobre a dissolução da banda ajudaram a catapultar o interesse e a expectativa da turnê e as vendas do álbum Steel Wheels (1989), tornando-a a maior da banda em todos os tempos até então. Os problemas pessoais foram colocados de lado e a banda se apresentou como nos velhos tempos, auxiliada pela habitual parafernália de palco tendo participação durante a turne,do Guns N' Roses que estava explodindo no cenário musical,como banda de abertura. Reflexo disso é o álbum Flashpoint de 1990 que traz os Stones de volta aos palcos depois de sete anos.
Foi também a partir dessa turnê que os Stones tornaram-se experts nos negócios, transformando-se em uma banda multimilionária, com administração autônoma e profissional, alcançando espaços na mídia até então nunca vistos, tendência que permitiu as sucessivas bem-sucedidas turnês seguintes e um exemplo de exposição e fixação da "marca" The Rolling Stones.
O outro membro original, Bill Wyman, que deixa o grupo em 1993, ainda mantém fortes ligações com a banda, à exemplo de seu pub em Londres, o Sticky Fingers, totalmente decorado com inúmeras fotos, instrumentos e discos de ouro, entre outras lembranças dos Stones. Para o seu lugar é escalado o baixista Darryl Jones, que é apenas músico contratado, não sendo considerado membro oficial.
Em 1994, após um longo período de inatividade, é lançado com grande estardalhaço o álbum Voodoo Lounge, seguido pela turnê de mesmo nome (que passou pelo Brasil). A turnê que se iniciou em 19 de julho de 1994 em Toronto, Canadá, e foi encerrada em 30 de agosto de 1995 em Rotterdam, Holanda, arrecadou em torno de US$ 400 milhões. Aproveitando a repercussão, todas as gravações da banda são relançadas em CD. O álbum de 1995, Stripped, foi mais intimista, com versões acústicas de vários de seus maiores sucessos e uma regravação gloriosa para "Like a Rolling Stone", clássico de Bob Dylan.
No ano seguinte lançam The Rock And Roll Circus, trilha sonora de um filme arquivado desde 1968. O CD inclui uma apresentação de diversos artistas, como Jethro Tull, The Who, Marianne Faithfull, então esposa de Jagger e The Dirty Mac que nada mais é que uma pré-versão da Plastic Ono Band. Essa formação incluiu, além de John Lennon e Yoko Ono, Eric Clapton, Keith Richards (no baixo) e Mitch Mitchell, baterista do The Jimi Hendrix Experience.
Ainda em 1997 sai Bridges of Babylon, com uma capa luxuosa e uma excursão mundial igualmente cara, completa, com dois palcos, um maior e outro menor instalado no meio do público. Inclui também uma ponte para a banda atravessar do palco principal para o menor, sendo que neste executam basicamente clássicos sem o acompanhamento de metais e backing vocals voltando às raízes da banda nos anos 60 e, assim, inauguram um novo estilo de apresentações que se seguiram nas turnês seguintes. Com dois shows no Brasil, um em São Paulo e o outro no Rio de Janeiro (com participação mais que especial de Bob Dylan, inclusive abrindo os shows para a banda), confirmaram o país com status de rota obrigatória. Retrato dessa turnê foi o lançamento do álbum ao vivo No Security, em 1998.
Para comemorar os 40 anos do grupo, em 2002 lançam o álbum duplo Forty Licks (1962-2002) que traz, além de 36 sucessos da banda, 4 novos hits (Don't Stop, Keys To Your Love, Stealing My Heart e Losing My Touch), sendo o primeiro uma espécie de resumo da perseverança característica da banda, atingindo bastante sucesso. Em 16 de agosto do mesmo ano com um show em Toronto (Canadá) os Stones lançam uma de suas maiores turnês - a Licks Tour (detalhe para a música Heart of Stone, não tocada ao vivo desde 5 de dezembro de 1965). Esta longa turnê passou por todos os continentes do planeta, tendo sido encerrada em 9 de novembro de 2003, em Hong Kong. Mantendo o status de maior banda de rock & roll do mundo e a tradição de suas espetaculares apresentações, montam estruturas distintas e específicas para shows em arenas, estádios e teatros, além de private shows. Ao final do mesmo ano lançam o esplêndido DVD quádruplo Four Flicks, mostrando cada um dos formatos de suas apresentações e toda a vitalidade dos músicos sessentões.
Quando todos imaginavam o fim da banda, devido a um câncer na garganta do baterista Charlie Watts diagnosticado em junho de 2004 e curado em fevereiro de 2005, o vigor incansável do quarteto com ênfase às belas letras de Jagger e Richards (conhecidos como The Glimmer Twins desde os anos 70, pela ligação existente entre eles, além das lendárias histórias que protagonizaram) produz um de seus melhores álbuns de estúdio de todos os tempos. Lançado em 2005 A Bigger Bang traz uma sonoridade crua e voltada às raízes da banda: rock and roll, blues e rhythm and blues, além das pegadas das guitarras da dupla Richards/Wood, bem como para a harmônica melodiosa de Jagger, as 16 fortes canções do álbum mostram a excelência e competência de Jagger/Richards/Watts/Wood. Para a divulgação do álbum, mais uma vez iniciando em Toronto (em 10 de agosto de 2005), a banda se lança na estrada com a turnê do mesmo nome.
Em 18 de fevereiro de 2006, os Rolling Stones voltaram ao Brasil para o show da turnê A Bigger Bang. O show, gratuito, foi realizado nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para um público estimado em 1,5 milhão de pessoas, entrando para a história como o maior show da banda e um dos maiores concertos de rock de todos os tempos.
Após dois anos do lançamento da turnê A Bigger Bang, que passou pela América do Norte, em duas oportunidades (2005 e 2006), América do Sul (2006) e Europa (2006), os músicos dos Stones arrecadaram, até novembro de 2006, em torno de US$ 437 milhões (recorde na história da música), os Stones anunciaram, em 22 de março de 2007, uma lista de novos shows pelo velho continente, que se iniciou em 5 de junho de 2007, com uma apresentação em Werchter, Bélgica e se encerrou em 26 de agosto de 2007 em Londres, apesar de rumores de que novos shows serão realizados em 2008. Com seu encerramento, os Stones realizaram a mais longa de suas turnês mundiais, com arrecadação de US$ 560 milhões (novo recorde), e, apresentando-se para quase 6 milhões de espectadores, mostraram a inesgotável energia que os move por mais de 45 anos de estrada. Ainda em 2006, a banda teve sua música "Can't You Hear Me Knockin'" presente no game Guitar Hero 2, em versão cover, o que desapontou muitos fãs pois a voz do cantor que faz esse cover no GH2 não é nada parecida com a de Mick Jagger. Em 12 de junho de 2007, foi lançado o DVD The Biggest Bang, que contém 4 discos com mais de sete horas de shows, incluindo a integra do realizado no Rio de Janeiro, no ano anterior, bem como em Austin, Texas, e materiais dos shows de Japão, Buenos Aires e Shangai, além de entrevistas exclusivas e reveladoras com os membros da banda. Nesse mesmo ano, os Stones voltariam a ter outra música de sucesso na série Guitar Hero, desta vez a música era "Paint it, Black", presente no Guitar Hero 3 Legends of rock. Em 4 abril de 2008, estreou nos cinemais mundiais o filme The Rolling Stones Shine a Light (distribuído no Brasil pela Imagem Filmes), concebido e dirigido pelo premiado diretor Martin Scorsese - um declarado fã da banda - que, em duas apresentações no Beacon Theatre de Nova York, em novembro de 2006, com dezesseis câmeras focadas diretamente nos músicos, registrou com profundidade a bela performance da banda em um repertório levemente diferenciado das apresentações normais. Conta, ainda, com a presença de Jack White, do grupo White Stripes, da cantora Christina Aguilera e do bluesman Buddy Guy. Ainda, de forma genial mescla imagens de arquivo desde o início da banda, nos anos 60, confrontando com declarações atuais, como a pretensão de Mick Jagger em manter-se ativo aos sessenta.

The Who
The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). O grupo alcançou fama internacional, se tornou conhecido pelo dinamismo de suas apresentações e passou a ser considerado uma das maiores bandas de rock and roll de todos os tempos. Eles também são julgados pioneiros do estilo, popularizando entre outras coisas a ópera rock (principalmente com Tommy).
No princípio de sua carreira a banda ficou famosa por arrebentar completamente seus instrumentos no final dos shows (especialmente Townshend, cuja destruição de guitarras tornar-se-ia um clichê do rock, e o alucinado Keith Moon, mandando seu kit de bateria pelos ares). Seus primeiros álbuns mod, repletos de canções pop curtas e agressivas, os distintos power chords de Townshend e temas recorrentes de rebelião juvenil e confusão sentimental, foram influências primordiais no surgimento do punk rock e do power pop.
A primeira banda que pode ser considerada a base do Who foi um grupo de "trad jazz" montado por Pete Townshend e John Entwistle, chamado The Confedereates. Townshend tocava banjo e Entwistle trompa (instrumento que ele continuaria a usar no Who e em sua carreira solo). O guitarrista Roger Daltrey conheceu Entwistle na rua (enquanto este último carregava seu baixo pendurado no ombro) e o chamou para entrar para sua banda. Entwistle concordou e sugeriu Townshend como guitarrista rítmico.
No princípio essa banda era conhecida como The Detours. Assim como muitos de seus contemporâneos britânicos, o grupo era fortemente influenciado pelo blues americano e country music, inicialmente tocando mais rhythm and blues. A primeira formação consistia de Roger Daltrey na guitarra base, Pete Townshend na guitarra rítmica, John Entwistle no baixo, Doug Sandom na bateria e Colin Dawson nos vocais. Depois de Dawson deixar a banda, Daltrey assumiu sua vaga e Townshend se tornou o único guitarrista. Em 1964 Doug Sandom saiu do grupo, e Keith Moon se tornou seu baterista.
O Detours mudou de nome para "The Who" em 1964 e, com a chegada de Keith Moon, a formação estava completa. No entanto, por um breve período em 1964, sob a direção do afamado mod Peter Meaden, eles mudaram de nome novamente, agora para High Numbers, lançando o compacto "Zoot Suit / I'm The Face", designado para atrair o público mod. Com o fracasso do compacto, a banda demitiu Meaden e retornou ao nome The Who, passando a ser empresariada por Chris Stamp e Kit Lambert. Pouco depois conseguiram se tornar uma das bandas mais populares entre os mods britânicos, uma subcultura dos anos 60 que unia modas, Motonetas e gêneros musicais como o rhythm and blues, soul, e música beat.
Em setembro de 1964, na Railway Tavern em Harrow and Wealdstone, Inglaterra, Pete Townshend destruiu sua primeira guitarra. Tocando num palco alto demais, o estílo físico das performances do guitarrista resultaram no rompimento do corpo de seu instrumento, quando ele se chocou contra o teto. Furioso com as risadas da platéia, Townshend arrebentou a guitarra em pedaços, pegou uma Rickenbacker de doze cordas e continou o concerto. Por conta disso, o público no show seguinte aumentou consideravelmente, mas ele se recusou a destruir outro instrumento. Ao invés disso, Keith Moon foi quem arrebentou seu kit de bateria. A destruição de instrumentos se tornaria um destaque dos shows ao vivo do Who pelos próximos anos, e o incidente na Railway Tavern acabaria entrando para a lista de "50 Momentos que Mudaram a História do Rock 'n' Roll" da Rolling Stone.
O grupo logo se cristalizaria ao redor das composições de Townshend (embora Entwistle também contribuísse com suas canções). Townshend era o centro das tensões da banda, esforçando-se sempre para surgir com ideias inovadoras e reflexivas enquanto Daltrey preferia o material mais agressivo e enérgico e Moon a surf music norte-americana.
O primeiro lançamento do Who, e seu primeiro sucesso, foi o compacto estilo-Kinks "I Can't Explain", lançado em 1965, seguido por "Anyway, Anyhow, Anywhere", a única composição conjunta de Townshend e Daltrey.
Sua estréia em LP foi no mesmo ano, com My Generation. O álbum trazia canções que se tornariam hinos do movimento mod, como "The Kids Are Alright" e a faixa-título "My Generation", com o famoso verso "I hope I die before I get old" ("Eu espero morrer antes de envelhecer"). Outros êxitos seguiram-se com os compactos "Substitute", "I'm A Boy" e "Happy Jack" (1966), "Pictures Of Lily" e "I Can See For Miles" (1967) e "Magic Bus" (1968).
Apesar do grande sucesso alcançado com seus compactos, o Who, ou mais especificamente Townshend, esgotara suas ambições com formato. Ao mesmo tempo o som da banda evoluía, e suas músicas se tornavam mais provocativas e envolventes enquanto Townshend passava tratar os álbuns do Who como projetos unificados, ao invés de meras coleções de canções desconexas. O primeiro sinal desta ambição surgiu em seu A Quick One (1966), que trazia uma coleção de canções que reunidas contavam uma história, "A Quick One, While He's Away", a partir de então taxada de "mini-ópera" e mais tarde considerada o primeiro épico progressivo.
A seguir veio The Who Sell Out (1967), um álbum conceitual que pretendia simular a transmissão de uma estação de rádio pirata, incluíndo aí jingles e propagandas. Em 1968, Pete Townshend foi o convidado da primeira entrevista da revista Rolling Stone. Nela, revelou que estava envolvido na composição de uma ópera rock em larga escala.
Nessa época os ensinamentos de Meher Baba passaram a exercer influência importante nas composições de Townshend, e essa conjunção de ideias acabaria desaguando em Tommy (1969), sua primeira ópera rock completa e a primeira a alcançar sucesso comercial. O indiano é creditado como "Messias" na contra-capa do álbum Tommy. No mesmo ano tocaram no Woodstock'69
Em fevereiro de 1970 o Who gravou Live at Leeds, considerado por muitos o melhor álbum ao vivo de rock de todos os tempos. O álbum, relativamente curto em sua versão original e trazendo as canções mais pesadas do show, foi sendo relançado com o passar dos anos em diversas versões expandidas e remasterizadas, que pretendiam consertar problemas técnicos na gravação e acrescentar as demais partes da apresentação.
No mesmo ano o Who começou a trabalhar em um EP, ou "maxi single", com meia dúzia de canções gravadas no estúdio caseiro de Townshend. No Festival da Ilha de Wight em agosto, o grupo apresentou "I Don't Even Know Myself" e "Water", que seriam parte deste novo álbum. Alguns meses depois Townshend compôs "Pure and Easy", uma canção que ele mais tarde descreveria como o "pivô central" do que se tornaria um ambicioso projeto multimídia chamado Lifehouse, que afastou a banda do trabalho no EP, já então abandonado.
O próprio Lifehouse nunca foi concluído no formato pelo qual foi projetado, embora seus temas acabassem surgindo de forma recorrente nos futuros trabalhos solo de Townshend. Em março de 1971 a banda começou a gravar as canções de Lifehouse sob a produção de Kit Lambert em Nova York. Lambert, então viciado em heroína, foi de pouco auxílio nas sessões, e a banda retornou à Inglaterra para regravar o material com o produtor Glyn Johns em abril. O resultado, Who's Next, acabaria por ser o trabalho mais aclamado do The Who entre os críticos e fãs.
Após Who's Next a banda voltaria ao estúdio somente em maio de 1972. Essas sessões dariam origem a mais uma ópera-rock de Townshend, Quadrophenia (1973), a história de um adolescente mod chamado Jimmy e sua luta contra tormentos internos e a busca por um lugar na sociedade. Os álbuns seguintes do Who evocavam canções mais pessoais de Townshend, estilo que ele eventualmente transferiria para seus álbuns solo. The Who by Numbers, de 1975, traz diversas canções introspectivas e depressivas, vistas por um certo crítico de rock como um "bilhete de suicídio" de Townshend.
Em 1978 a banda lançou Who Are You, distanciando-se do estilo épico das óperas rock enquanto se aproximava do som mais comum às rádios. O lançamento do álbum foi ofuscado pela morte de Keith Moon devido à overdose acidental de um remédio prescrito em seu combate contra o alcoolismo. Kenney Jones, ex-Small Faces, assumiu seu lugar. No ano seguinte a tragédia voltou a rondar o grupo: no dia 3 de dezembro de 1979 um tumulto no lado de fora do Riverfront Coliseum em Cincinnati, Ohio, provocou a morte de onze fãs que aguardavam o início do show do Who. A banda soube do incidente somente após a apresentação, ficando devastada com o ocorrido.
O grupo chegou a lançar dois álbuns com Kenney Jones na bateria, Face Dances (1981) e It's Hard (1982). A perda de Moon representou uma mudança no som da banda, que passou a ser mais calcado no pop. Embora tenha agradado à crítica e vendido razoavelmente bem, os dois álbuns lançados pelo The Who na década de 1980 são atualmente descartados por muitos fãs como inferiores à antiga fase. Logo após o lançamento de It's Hard a banda embarcou em uma turnê de despedida, depois de Pete Townshend admitir seu alcoolismo, se recuperar e afirmar que gostaria de realizar mais uma turnê com a banda antes de transformá-la numa banda de estúdio. Foi a turnê mais lucrativa de 1982, com multidões lotando estádios e arenas ao redor da América do Norte.
Após seu último show em dezembro de 1982, Townshend passou parte de 1983 tentando compor material para o próximo álbum de estúdio do Who, para cumprir o contrato assinado com a Warner Bros. Records em 1980. No final do ano, no entanto, Townshend se diz incapaz de produzir composições que ele sentisse serem apropriadas para a banda, divulgando um comunicado em dezembro de 1983, onde anunciou sua saída do Who e o fim da banda.
Em 13 de julho de 1985 os integrantes do Who, incluindo Kenney Jones, se reuniram para uma única apresentação no concerto Live Aid no Wembley Stadium. O grupo apresentou "My Generation", "Pinball Wizard", "Love Reing O'er Me" e uma obviamente mal-ensaiada "Won't Get Fooled Again".
Em 1988 o Who foi homenageado com um prêmio pelo conjunto de sua obra pela British Phonographic Industry. A banda apresentou um curto set durante a cerimônia, marcando a última colaboração de Kenney Jones. Em 1989 eles embarcaram numa turnê de reunião, enfatizada no aniversário de 25 anos da banda e nos 20 de Tommy.
Em 1990, o Who foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll. A seção destinada a eles no Salão da Fama os descreve como um dos principais candidatos ao título de "A Maior Banda de Rock do Mundo". Apenas os Beatles e os Rolling Stones receberam um tratamento similar no Salão da Fama.
Em 1991 o Who gravou uma versão da canção "Saturday Night's Alright For Fighting", de Elton John. Este seria o último lançamento de estúdio da banda com John Entwistle.
Em 1996 Pete Townshend foi convidado a se apresentar num concerto de rock no Hyde Park em Londres. Ele pensou em tocar Quadrophenia em versão acústica, exibindo trechos do filme em um telão. Depois de contactar John Entwistle e Roger Daltrey, ficou acertado que a apresentação de Quadrophenia iria acontecer. A banda foi auxiliada por Zak Starkey na bateria, John "Rabbit" Bundrick nos teclados e Simon Townshend e Geoff Whitehorn nas guitarras. A formação aumentou para incluir uma seção de metais, vocalistas de apoio e Jon Carin como tecladista adicional, e também convidados especiais para interpretar os personagens do álbum. Apesar de algumas dificuldades técnicas, o show foi um sucesso, o que fez com que o grupo embarcasse em uma turnê de dois anos pela Europa e América do Norte.
Com o término da turnê o Who se separou novamente, voltando a se reunir em 1999 (com apenas cinco integrantes: Townshend, Daltrey, Entwistle, Starkey e Rabbit) para diversos shows beneficentes em casas de show pequenas.
O sucesso das apresentações de 1999 desencadearam mais uma turnê pelos EUA e Reino Unido em 2000, que terminou com um show de caridade no Royal Albert Hall em prol da Teenage Cancer Trust, mais tarde lançada em CD e DVD. As críticas positivas da imprensa levaram os três integrantes a discutirem a possibilidade de um novo álbum.
A banda se apresentou no The Concert for New York City em outubro de 2001. Enquanto outros artistas preferiram escolher canções calcadas no sentimentalismo, o Who tocou uma sequência de suas canções de sucesso, sem invocar ou relembrar a tragédia recente. No mesmo ano, eles foram homenageados com um Grammy pelo conjunto de sua obra.
Nas vésperas do início de mais uma turnê em 2002, John Entwistle foi encontrado morto em seu quarto no Hard Rock Hotel em Las Vegas, Nevada. O laudo do legista apontou que, embora não se tratasse tecnicamente de uma overdose, uma modesta quantidade de cocaína foi a causa do óbito, que obstruiu suas artérias já prejudicadas por um problema cardíaco não tratado. Após uma breve pausa, a turnê teve início com o baixista Pino Palladino no lugar de Entwistle. A maioria dos shows foram lançados em CD pela eelpie como parte da Encore Series, projeto que visa inibir a pirataria de concertos da banda.
Em 2004 o The Who lançou duas músicas inéditas na coletânea Then and Now: "Old Red Wine", uma homenagem póstuma a Entwistle, e "Real Good Looking Boy", que fala da influência de Elvis Presley nos garotos dos anos 1950. O grupo então embarcou em mais uma turnê, tocando em festivais no Japão, Austrália e em datas individuais no Reino Unido e na América do Norte. No dia 13 de junho de 2005 Townshend e Daltrey se apresentaram pela primeira vez como uma dupla no evento de caridade Four Season Hope Charity. Quase um mês depois, em 7 de julho, a banda participa do evento Live 8. Enquanto isso é anunciado o lançamento de um álbum inédito Endless Wire, cuja gravação, após vários atrasos e interrupções, finalmente tem início em fevereiro de 2006, sendo concluída em abril.
Antes do álbum ser lançado, e posteriormente para ajudar a promovê-lo, o The Who embarcou em sua Turnê de 2006-2007. A princípio foram 24 datas pela Europa, seguidas por shows na América do Norte. Os shows foram novamente incluídos em CD e desta vez também em DVD, como parte da Encore Series. Endless Wire sai a 30 de outubro de 2006, sendo o primeiro álbum de inéditas do grupo desde It's Hard, de 1982. Estreou direto na sétima colocação das paradas da Billboard nos EUA e em nono lugar no Reino Unido.
Em 26 de novembro de 2009, foi confirmada a participação do Who no show do intervalo do Super Bowl XLIV no Dolphin Stadium em 7 de fevereiro de 2010. O grupo apresentou um medley de "Pinball Wizard", "Baba O'Riley", "Who Are You", "See Me, Feel Me", e "Won't Get Fooled Again".

The Kinks
The Kinks foi uma banda de rock britânica formada em Muswell Hill, Londres, pelos irmãos Ray e Dave Davies em 1964. Categorizados nos Estados Unidos como uma banda da Invasão Britânica, os Kinks são reconhecidos como um dos mais importantes e influentes grupos de rock de sua geração. Sua música surgiu a partir de influências de vários estilos musicais, incluindo rhythm and blues, music hall britânica, folk e country.
Ray Davies (vocais, guitarra rítmica) e Dave Davies (guitarra base, vocais) permaneceram como os únicos integrantes originais durante os 32 anos de carreira do grupo. Os outros dois membros fundadores, Peter Quaife (baixo, vocais) e Mick Avory (bateria, percussão) foram substituídos respectivamente por John Dalton em 1969 e Bob Henrit em 1984. Dalton por sua vez foi substituído por Jim Rodford em 1978. O tecladista Nicky Hopkins acompanhou a banda durante suas sessões de gravação em meados da década de 1960. Posteriormente vários tecladistas, incluindo John Gosling e Ian Gibbons, se tornaram integrantes oficiais.
O The Kinks alçou fama em 1964 com seu terceiro single, "You Really Got Me", escrito por Ray Davies. Ele se tornou um sucesso internacional, chegando ao topo das paradas no Reino Unido e entrando no Top 10 nos Estados Unidos. Entre meados dos anos 60 e começo dos 70, o grupo lançou diversos singles e LPs bem-sucedidos comercialmente e aclamados pela crítica especializada, conquistando sua reputação por canções e álbuns conceituais que retratavam a cultura e o estilo de vida britânico, impulsionados pelo estilo observador das composições de Ray Davies.
Álbuns como Face to Face, Something Else by The Kinks, The Kinks Are the Village Green Preservation Society, Arthur, Lola Versus Powerman and the Moneygoround, Muswell Hillbillies, juntamente com seus respectivos singles, são citados entre as gravações mais influentes de sua época. Os álbuns subsequentes, mantendo o estilo conceitual mas seguindo numa direção mais teatral, não alcançaram tanto sucesso, mas a banda experimentou um revival durante a New wave, quando grupos como The Jam, The Knack e The Pretenders gravaram versões de suas músicas e ajudaram a impulsionar a venda de discos dos Kinks. Na década de 1990, músicos de Britpop como Blur e Oasis citaram a banda como uma de suas principais influências.
O The Kinks se separou em 1996, resultado do fracasso comercial de seus últimos álbuns e da tensão criativa entre os irmãos Davies.

Cream
Cream foi uma banda de blues-rock do Reino Unido e supergrupo formado formada pelo guitarrista Eric Clapton, pelo baixista Jack Bruce e pelo baterista Ginger Baker. O seu som é um híbrido de blues, hard rock e rock psicodélico, combinando a técnica apurada de Clapton na guitarra com a poderosa voz e intenso baixo de Jack Bruce e a influência de jazz do baterista Ginger Baker. Wheels of Fire foi o primeiro disco duplo a receber o certificado de vendas de platina no mundo. Cream é largamente considerada como o primeiro notável supergrupo do mundo.
A música do Cream inclui canções baseadas em blues tradicionais, como "Crossroads" e "Spoonful", e blues modernos como "Born Under a Bad Sign", assim como canções mais excêntricas, tais como "Strange Brew", "Tales of Brave Ulysses" e "Toad". Os maiores singles do Cream foram "I Feel Free" (RU, #11), "Sunshine of Your Love" (EUA, #5), "White Room" (EUA, #6), "Crossroads" (EUA, #28), and "Badge" (RU, #18).
Cream, junto com The Jimi Hendrix Experience, tiveram um impacto significativo na música popular de seu tempo, e, junto com Hendrix, popularizaram o pedal wah-wah. Eles proporcionaram à música de um tecnicamente competente aparato musical, que influenciou bandas emergentes britânicas como Led Zeppelin, Deep Purple, e The Jeff Beck Group, no final da década de 1960. As performances da banda influenciaram bandas de rock progressivo, como a Rush, jam bands como The Allman Brothers Band, Grateful Dead, Phish e grupos de heavy metal como o Black Sabbath.
Cream esteve na 16ª colocação do ranking da VH1 de 100 melhores artistas de hard rock e a revista Rolling Stone os considerou a sexagésima-sexta maior banda (ou artista) de todos os tempos.
Por julho de 1966, a carreira de Eric Clapton com os Yardbirds e com os John Mayall's Bluesbreakers deu a ele uma reputação como o melhor guitarrista de blues do Reino Unido. A virtuosidade e o poder de Clapton com seu instrumento inspiraram um fã a escrever com tinta spray as palavras "Clapton is God" ("Clapton é Deus", em tradução literal) em uma parede da estação de metrô de Islington. Clapton, entretanto, achava o ambiente da banda de Mayall confinante e queria tocar em um novo grupo.
Em 1966, Clapton encontrou Baker, então o líder da Graham Bond Organisation, a qual, a certo momento, apresentava Jack Bruce no baixo, gaita e piano. Baker também se sentia sufocado no GBO e estava cansado do vício em drogas e dos ataques de instabilidade mental de Graham Bond. "Eu sempre gostei de Ginger", explicou Clapton. "Ginger veio para me ver tocar com John Mayall. Depois da apresentação, ele me deu uma carona de volta para Londres no seu Rover. Eu estava muito impressionado com o seu carro e a sua direção. Ele estava me dizendo que queria começar uma banda e eu tinha pensado sobre isso também". Cada um estava impressionado com as habilidades do outro, levando Baker a perguntar a Clapton se ele queria se juntar ao seu novo grupo, então sem nome. Clapton imediatamente aceitou, com a condição de que Baker contratasse Jack Bruce para seu o baixista; de acordo com Clapton, Baker ficou tão surpreso com a sugestão que quase bateu o carro.
Clapton teve um encontro com Bruce qando o baixista/vocalista tocou com os Bluesbreakers, em março de 1966; os dois também tinham trabalhado juntos na banda Powerhouse (que também incluiu Steve Winwood e Paul Jones). Impressionado com o vocal e a técnica de Bruce, Clapton queria trabalhar com ele com uma base contínua.
O que Clapton não sabia era que enquanto Bruce estava na banda de Bond, ele e Baker eram notórios por suas desavenças. Apesar de que ambos eram excelentes músicos de jazz e respeitavam a habilidade do outro, os limites da GBO se provaram muito pequenos para seus egos. A sua volatilidade incluía brigas no palco e sabotagem de um aos intrumentos do outro. Depois de Baker ter demitido Bruce da banda, Bruce continuou a chegar para apresentações; ultimamente, Bruce estava se dirigindo para fora da banda depois de Baker tê-lo ameaçado com uma faca. Apesar disso, Baker e Bruce podiam colocar as suas diferenças de lado para o bem do novo trio de Baker, o qual ele vislumbrou como colaborativo, com cada um dos membros colaborando para as músicas e letras. A banda foi nomeada como "Cream", já que Clapton, Bruce e Baker eram já considerados o "creme da cobertura" entre músicos de blues e jazz na emergente cena musical do Reino Unido. Depois de decidirem acerca de "Cream", a banda considerou eles mesmos "Sweet 'n' Sour Rock 'n' Roll" ("Doce e Ácido Rock 'n' Roll"). Do trio, Clapton tinha a maior fama na Inglaterra; contudo, ele era desconhecido nos Estados Unidos, tendo deixado os The Yardbirds antes de ser lançada a canção "For Your Love", hit no Top Ten Americano.
O Cream fez a sua estreia não oficial no Twisted Wheel em 29 de julho de 1966. A sua esteia oficial veio duas noites depois, no Sexto Anual Festival de Jazz & Blues de Windsor. Sendo novo e com algumas canções originais, Cream levou a cabo o espírito do blues que excitaram a grande multidão, ganhando uma recepção calorosa. Em outubro, a banda também teve uma chance de fazer um jam com Jimi Hendrix, que tinha recentemente chegado em Londres. Hendrix era um fã da música de Clapton e queria uma chance de tocar com ele no palco. Hendrix foi apresentado ao Cream através de Chas Chandler, o baixista dos Animals, que era o empresário de Hendrix.
Foi durante a nova formação que o grupo decidiu que Bruce seria o vocalista do grupo. Apesar de Clapton ser tímido para cantar, ele, algum tempo depois, pegou o vocal da banda em algumas notáevis canções, incluindo "Four Until Late", "Strange Brew", "Crossroads", e "Badge".
O álbum de estreia do Cream, Fresh Cream, foi gravado e lançado em 1966. Ele atingiu o número seis nas listas do Reino Unido e o trinta e nove nos Estados Unidos. É principalmente constituído por covers de blues, incluindo "Four Until Late", "Rollin' and Tumblin'" (escrito por Muddy Waters), "Spoonful" (escrito por Willie Dixon e gravado por Howlin' Wolf), "I'm So Glad" e "Cat's Squirrel". O resto do álbum apresenta canções escritas ou co-escritas por Jack Bruce, mais notavelmente "I Feel Free" (a qual foi um single no Reino Unido, mas foi apenas incluído na versão americana do LP), e duas por Ginger Baker (uma das quais, "Toad", continha um dos primeiros exemplo de solo de bateria no rock). Ginger Baker também colaborou com a então esposa de Jack Bruce, Janet Godfrey, enquanto ela escrevia Sweet Wine.
Os primeiros bootlegs do Cream mostravam uma banda pretendendo mostrar novas canções. Todas elaseram razoavelmente pequena versões de "N.S.U.", "Sweet Wine" e "Toad". Mas apenas dois meses depois, a setlist apresentava música mais longas.
O Cream visitou pela primeira vez os Estados Unidos em março de 1967 para tocar em nove datas no RKO Theater, em Nova Iorque. Eles agendaram para gravar Disraeli Gears em Nova Iorque entre 11 e 15 de maio de 1967. O segundo álbum do Cream foi lançado em novembro de 1967 e atingiu o Top 5 das listas nos dois lados do Atlântico. Produzido por Felix Pappalardi (que depois co-fundou o quarteto Mountain, influenciado pelo Cream) e pelo engenheiro Tom Dowd, ele foi gravado nos Atlantic Studios, em Nova Iorque. Disraeli Gears é frequentemente considerado como sendo um esforço de definição da banda, misturando com sucesso o rock psicodélico britânico com o blues americano. Também foi o primeiro álbum do Cream consitituído primariamente por canções originais, com apenas três das onze faixas escritos por pessoas que não eram da banda. Disraeli Gears não apenas traz hits como "Strange Brew" e "Tales of Brave Ulysses", mas também "Sunshine of Your Love".
Apesar de ser considerado um dos melhores álbuns da Cream, ele nunca foi tocado por muito tempo nos sets ao vivo da banda. Apesar das consistentes "Tales of Brave Ulysses" e "Sunshine of Your Love", uma setlist contendo algumas das canções de Disraeli Gears foi rapidamente retirado do set na metade de 1967, favorecendo ao aparecimento de longos jams ao invés de pequenas canções pop. "We're Going Wrong" foi a única música adicional para o álbum. Nos seus shows de reunião em Londres em 2005, o Cream tocou apenas três canções do Disraeli Gears: "Outside Woman Blues," "We're Going Wrong," e "Sunshine of Your Love."
Em agosto de 1967, o Cream fez seus primeiros shows amplamente divulgados nos EUA, tocando no Fillmore West, em San Francisco, pela primeira vez. Os concertos foram um grande sucesso e provaram uma grnade influência na banda da cena hippy que o cercava. Encontrando uma nova audiência, foi durante essa época que o Cream começou a estender-se no palco, fazendo mais jams, com algumas músicas chegando a vinte minutos. Longos jams são encontrados em "Spoonful", "N.S.U." e "Sweet Wine" e se tornaram os favoritos de serem tocados ao vivo, enquanto "Sunshine of Your Love", "Crossroads", e "Tales of Brave Ulysses" continuaram razoavelmente curtos.
Em 1968, veio o terceiro álbum do Cream, Wheels of Fire, que chegou ao topo das listas americanas. As gravações de estúdio de Wheels of Fire mostraram que o Cream estava movendo-se lentamente para fora do blues em direção a um estilo semi-rock progressivo destacado pelas marcas de tempo e vários instrumentos de orquestra. Entretand, a banda gravou "Sitting on Top of the World", de Howlin' Wolf e "Born Under A Bad Sign", de Albert King . De acordo com uma entrevista à BBC concedida por Clapton, a gravadora os pediu para fazer um cover de "Born Under a Bad Sign", que se tornara popular . A canção de abertura "White Room", tornou-se um hit nas rádios. Outra música, "Politician", foi escrita pela banda esquanto esperavam para fazer uma apresentação ao vivo na BBC. O segundo disco do álbum apresentava três gravações ao vivo no Winterland Ballroom e uma no Fillmore. O segundo solo de Eric Clapton em "Crossroads" é tido como entre os vinte melhores solos de listas. "Toad", escrita por Ginger Baker, é agora considerada como um dos melhores solos de bateria ao vivo da história do rock.
Depois de Wheels of Fire ser completado, na metade de 1968, os membros da banda já tinham estavam bastos e queriam ir cada um para seu caminho. Como Baker diria em uma ientrevista em 2006 à revista Music Mart, "Foi apenas chegar àquele ponto que o Eric me disse: 'Eu já me bastei', e eu disse que eu também. Eu não poderia suportar isso. O último ano com o Cream foi agonizante. Ele causou danos permanentes à minha audição e hoje eu ainda tenho problemas de audição por causa do volume que por todo aquele ano no Cream. Mas eu não comecei daquele jeito. Em 1966, era ótimo. Era realmente uma maravilhosa experiência musical e aquilo foi para o domínio da estupidez". Além disso, o relacionamente instável de Bruce e Baker se provou ainda pior como resultado da força para se pôr a banda em turnês permanentes, forçando Clapton a assumir o papel de pacificador permanente.
Clapton também caiu na fala do antigo grupo de apoio de Bob Dylan, agora conhecido como The Band, e o seu álbum de estreia, Music from Big Pink, que provou ser as boas-vindas de ar fresco em comparação ao incenso e à psicodelia que envolviam o Cream. Outrossim, ele havia lido uma contundente crítica ao Cream na revista Rolling Stone, uma publicação que ele muito admirava, em que o crítico Jon Landau, chamava-o de "mestre do clichê do blues". Isso estava atrás de um artigo em ue Clapton admitia que queria acabar com o Cream e perseguir uma direção musical diferente.
No começo da turnê de despedida, em 4 de outubro de 1968, em Oakland, a maior parte do setlist consistia em canções de Wheels of Fire: "White Room", "Politician", "Crossroads", "Spoonful", "Deserted Cities of the Heart", e "Passing the Time" tomando o lugar de "Toad" no solo de bateria. "Passing the Time" e "Deserted Cities" foram rapidamente removidas e substituídas por "Sitting on Top of the World" e "Toad".
O Cream foi persuadido a fazer um álbum final. Aquele álbum, apropriadamente chamado de Goodbye (Adeus), foi gravado no final de 1968 e lançada no começo do ano seguinte, antes da banda se separar. Ele apresentou seis canções: três gravadas ao vivo em um show The Forum, em Los Angeles, Califórnia, em 19 de outubro e três niovas gravações de estúdio (a mais notável, "Badge", foi escrita por Clapton e George Harrison, que também tocou a guitarra base). "I'm So Glad", que primeiramente apareceu como uma gravação de estúdio no Fresh Cream, era agora uma faixa ao vivo em Goodbye. Ela foi a única canção a aparecer no primeiro e também no último álbuns do Cream.
A "turnê de despedida" do Cream consistiu de vinte e dois shows em dezenove locais nos EUA entre 4 de outubro e 4 de novembro de 1968 e dois concertos finais de despedida no Royal Albert Hall em 26 de novembro de 1968. Inicialemente, outro álbum duplo estava planejado tazendo material ao vivo dessa turbnê mais novas faixas de estúdio, mas um álbum simples, Goodbye. A apresentação final ocorrer no Rhode Island Auditorium, em 4 de novembro de 1968.
Os dois concertos do Royal Albert Hall foram filmados para um documentário da BBC e lançados em vídeo (e depois DVD) como Farewell Concert. Ambos os shows riveram as entradas esgotadas e atraíram mais atenção que qualquer outro concerto do Cream, mas a sua performance foi considerada por muitos como abaixo do padrão. Baker disse dos concertos: "Não foi uma boa apresentação... O Cream era melhor que aquilo... Nós sabíamos que estava tudo acabado. Nós sabíamos que nós estávamos apenas finalizando tudo aquilo, acabando com aquilo". As performances ao vivo do Cream já estavam declinando. Em uma entrevista do Cream: Classic Artists, Ginger Baker concordou que a banda estava piorando a cada minuto.
Os atos que se apoiaram no Cream foram Taste (apresentando um jovem Rory Gallagher) e a recém formada Yes, que recebeu boas críticas. Três apresentações antes de shows do Cream na turnê de encerramento foram feitas pela Deep Purple. Purple tinha originalmente concordado em abrir todos os shows nos EUA, mas o empresário do Cream tirou a Purple depois de três shows, apesar de críticas favoráveis e uma boa harmonia entre as bandas.
Desde a sua criação, o Cream enfrentava alguns problemas fundamentais que depois se tornariam capitais para a sua dissolução, em novembro de 1968. A rivalidade entre Bruce e Baker criava tensões na banda. Clapton também sentia que os membros da banda não deveriam ouvir muito os outros. Clapton certa vez contou uma história que quando o Cream estava tocando em um concerto, ele parou de tocar e nem Baker nem Bruce foram avisados. Clapton também comentou que as últimas apresentações do Cream consistiam principalmente em seus membros se exibirem. A banda decidiu que se desfaria em maio de 1968, durante uma turnê nos EUA. Mais tarde, em julho, foi feito um anúncio oficial de que a banda acabaria depois de uma derradeira turnê nos Estados Unidos e depois de fazer dois concertos em Londres. O Cream encerrou sua turnê nos EUA em 4 de novembro, tocando em Rhode Island e se apresentou pela última vez no Reino Unido em 25 e 26 de novembro.

The Jimi Hendrix Experience
The Jimi Hendrix Experience foi uma famosa banda anglo-americana de rock psicodélico de grande influência, apesar da curta carreira, que teve como líder o músico Jimi Hendrix.
Foi por esta banda que Jimi Hendrix gravou a maior parte das suas mais famosas músicas como "Purple Haze", "Foxy Lady", "Fire", "Hey Joe", "Voodoo Child (Slight Return)", "All Along the Watchtower" e "Spanish Castle Magic".
Embora Jimi Hendrix tenha sido o líder da banda, os outros dois integrantes (o baixista Noel Redding e o baterista Mitch Mitchell) foram também dois importantes músicos vitais para a banda.
Hendrix chegou à Inglaterra em Novembro de 1966 e, junto com o seu agente Chas Chandler, começaram com audições para encontrar outros músicos para a banda. Noel Redding foi escolhido para o lugar de baixista. Apesar de nunca ter tocado baixo, pois era guitarrista, Hendrix gostou da sua aparência e atitude. Mitch Mitchell era um baterista que atuava em Londres capaz de acrescentar à banda o estilo jazz.
Apesar de inicialmente a banda ter sido formada para apenas acompanhar Hendrix, "The Experience" cedo provou ser mais do que isso. Seguindo os passos do líder dos Cream, eles foram um dos primeiros grupos a popularizar os formato "power trio", que essencialmente é constituído por guitarrista, baixista e baterista.
A formação teve o seu valor reconhecido pela primeira vez durante o Monterey Pop Festival, um dos maiores festivais de música daquela época. A banda teve uma excelente atuação, que terminou com a famosa cena em que Hendrix ateou fogo à sua guitarra. Este momento foi imortalizado em uma fotografia que foi mais tarde usada como capa da revista Rolling Stone.
Este concerto foi filmado e usado no documentário Monterey Pop. Isto atraiu as atenções do público norte-americano e a banda foi convidada para participar da turnê com The Monkees como banda de abertura. Eles acabaram por abandonar a turnê depois de alguns concertos. Chas Chandler mais tarde disse que tinha se tratado de uma jogada de publicidade.
Com a banda, Hendrix gravou seus três álbuns de maior sucesso, Are You Experienced?, Axis: Bold as Love e Electric Ladyland. Em Junho de 1969, ele decidiu acabar com a banda após vários problemas.
"The Experience" foi introduzida no Hall da Fama do Rock and Roll em 1992.

Bob Dylan
Bob Dylan (nome artístico de Robert Allen Zimmerman; Duluth, 24 de maio de 1941), é um cantor e compositor norte-americano.
Nascido no estado de Minnesota, neto de imigrantes judeus russos, aos dez anos de idade Dylan escreveu seus primeiros poemas e, ainda adolescente, aprendeu piano e guitarra sozinho. Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy Holly, mas quando foi para a Universidade de Minnesota em 1959, voltou-se para a folk music, impressionado com a obra musical do lendário cantor folk Woody Guthrie, a quem foi visitar em Nova York em 1961.
Em 2004, Bob Dylan foi escolhido pela revista Rolling Stone, como o 2º melhor artista de todos os tempos, ficando atrás somente dos Beatles e uma de suas principais canções, "Like a Rolling Stone", foi escolhida como a melhor de todos os tempos. Influenciou diretamente grandes nomes do rock americano e britânico dos anos de 1960 e 1970.
Robert Allen Zimmerman (nome hebraico: Zushe ben Avraham) nasceu no hospital St. Mary de Duluth, em Minnesota, no dia 24 de maio de 1941 e cresceu em Hibbing, Minnesota, no Mesabi Iron Range a oeste do Lago Superior. Os estudos realizados por vários de seus biógrafos mostraram que seus avós paternos, Zigman e Anna Zimmerman, emigraram de Odessa (atual Ucrânia) para os Estados Unidos por causa de um pogrom antissemita ocorrido em 1905. Seus avós maternos, Benjamin e Lybba Edelstein, eram judeus lituanos que chegaram à América em 1902. Em sua autobiografia, Crônicas, Vol. 1, Dylan escreveu que o apelido de sua avó materna era Kyrgyz e que sua família era procedente de Istambul.
Seus pais, Abram Zimmerman e Beatrice "Beatty" Stone, faziam parte de uma pequena mas muito unida comunidade judaica. Robert Zimmerman viveu em Duluth até seus seis anos, quando seu pai contraiu poliomielite e sua familia voltou à cidade natal de sua mãe, Hibbing, Minnesota, onde passou o resto de sua infância. Robert passou boa parte de sua juventude escutando rádio: em um primeiro momento, escutando emissoras de Shreveport, em Louisiana, que transmitiam blues e country, e posteriormente, rock and roll. Durante sua estadia na escola, formou várias bandas, como The Shadow Blasters, de curta duração, e The Golden Chords, com a qual chegaria a tocar no programa de busca de talentos Rock and Roll Is Here to Stay. No anuário escolar de 1959, Robert Zimmerman assinalou sua principal ambição "unir-se a Little Richard". No mesmo ano, usando o pseudônimo de Elston Gunn, tocou em duas apresentações com Bobby Vee, acompanhando ao piano e improvisando com palmas.
Em setembro de 1959, Zimmerman se mudou para Minneapolis, para estudar na universidade de Minnesota. Durante a época, seu interesse inicial no rock and roll deu lugar a uma aproximação ao folk. Em 1985, Dylan explicou sua atração pelo folk: "A coisa sobre o rock'n'roll é que para mim de qualquer jeito ele não era suficiente... Havia bons bordões e ritmo pulsante... mas as canções não eram sérias ou não refletiam a vida de um modo realista. Eu sabia que quando eu entrei na música folk, era um tipo de coisa mais sério. As canções eram enchidas com mais desespero, mais tristeza, mais triunfo, mais fé no sobrenatural, sentimentos mais profundos". Logo começou a tocar no 10 O'Clock Scholar, uma cafeteria a poucas quadras do campus universitário, e se viu envolvido no circuito folk de Dinkytown.
Durante seus días en Dinkytown, Zimmerman passou a chamar de "Bob Dylan". Em uma entrevista concedida em 2004, Dylan disse: "Você nasce, sabe, com nomes errados, pais errados. Digo, isso acontece. Você se chama do que quiser se chamar. Este é o país da liberdade".. Em sua autobiografia, Crónicas, Vol. 1, Dylan escreveu sobre a mudança de nome:
"Eu havia visto alguns poemas de Dylan Thomas. A pronúncia de Dylann e Allyn era parecida. Robert Dylan. A letra D tinha mais força. Entretanto, o nome Roberto Dylan não era tão atraente como Roberto Allyn. As pessoas sempre haviam me chamado de Robert ou Bobby, mas Bobby Dylan me parecia vulgar, e além disso já haviam Bobby Darin, Bobby Vee, Bobby Rydell, Bobby Neely e muitos outros Bobbies. A primeira vez que me perguntaram meu nome em Saint Paul, instintiva e automaticamente soltei: 'Bob Dylan'".
Dylan abandonou a universidade após seu primeiro ano. Em janeiro de 1961, mudou-se para Nova Iorque com a esperança de ver seu ídolo musical, Woody Guthrie, que estava gravemente doente, com um estado avançado do mal de Hutington no hospital psiquiátrico de Greystone Park. Guthrie foi uma das maiores influências nas primeiras apresentações de Dylan. Sobre Guthrie, Dylan chegou a dizer: "Você pode escutar suas canções e aprender a viver". Também escreveu, posteriormente: "As canções em si têm o infinito alcance de humanidade nelas... [Ele] era a verdadeira voz do espírito americano. Eu disse a mim que seria o maior discípulo de Guthrie". À medida que o visitava no hospital, Dylan ficou amigo do assistente de Guthrie, Ramblin' Jack Elliott. Muito do repertório de Guthrie era na verdade canalizado através de Elliott, a quem Dylan prestou tributo em Crônicas (2004).
A partir de fevereiro de 1961, Dylan tocou em vários clubes do bairro de Greenwich Village. Em setembro, ele começou a ganhar certa reputação graças a uma resenha de Robert Shelton no The New York Times durante uma apresentação no Gerde's Folk City. No mesmo mês, Dylan tocou a harmônica para Carolyn Hester durante a gravação de seu terceiro álbum, o que levou seus talentos para a atenção do produtor John H. Hammond. Hammond contratou Dylan para a Columbia Records em outubro.
As interpretações incluídas em seu primeiro trabalho para a Columbia, intitulado Bob Dylan e lançado em 1962, consistiam em material de música folk, blues e gospel combinado com duas composições próprias, "Song to Woody" e "Talkin' New York". O álbum teve pouco êxito comercial, vendendo cinco mil cópias em seu primeiro ano, o suficiente para uma rescisão de contrato. Dentro da Columbia, Dylan começou a ser tachado como a "tolice de Hammond" e sugeriram findar seu contrato. Apesar disso, Hammond defendeu vigorosamente Dylan, e ao mesmo tempo encontrou um bom defensor em Johnny Cash, que havia assinado pela Columbia meses antes. Durante seu trabalho para a Columbia, Dylan também gravou várias canções sob o pseudônimo de Blind Boy Grunt para a revista de música folk Broadside Magazine, uma revista e gravadora de música folk. Dylan usou o pseudônimo Bob Landy para gravar como tocador de piano no álbum de antologia de 1964, The Blues Project, lançado pela Elektra Records. Sob o pseudônimo de Tedham Porterhouse, Dylan contribuiu com a harmônica para o álbum de 1964 de Ramblin' Jack Elliott, Jack Elliott.
Em agosto de 1962, Dylan deu dois importantes passos em sua carreira musical ao modificar seu nome legalmente para Robert Dylan na Corte Suprema de Nova Iorque e ao firmar um contrato de representação com Albert Grossman. Grossman foi o empresário de Dylan até 1970 e se caracterizou por sua personalidade algumas vezes confrontativa e pela extrema proteção que mostrava para seu principal cliente. Dylan descreveria posteriormente Grossman como "uma espécie de Coronel Tom Parker... você podia cheirá-lo vindo".  As tensões entre Grossman e John Hammond obrigaram o segundo a abandonar as sessões de gravação do segundo trabalho discográfico de Dylan, sendo substituído pelo jovem produtor Tom Wilson.
De dezembro de 1962 a janeiro de 1963, Dylan fez sua primeira viagem ao Reino Unido. Ele foi convidado pelo diretor de televisão Philip Saville para aparecer em um drama The Madhouse on Castle Street, o qual Saville estava dirigindo a emissora BBC. No fim da apresentação, Dylan tocou "Blowin' in the Wind", uma das primeiras exibições da canção para um público maior. Enquanto em Londres, Dylan tocou em alguns clubes folk da cidade, como Les Cousins, The Pinder of Wakefield, e Bunjies. Ele também aprendeu novas canções de alguns intérpretes britânicos, como Martin Carthy.
Próximo da época de seu segundo álbum, The Freewheelin' Bob Dylan, lançado em maio de 1963, ele começou a fazer seu nome como cantor e compositor. Muitas das canções incluídas no álbum foram classificadas como canções de protesto, inspiradas parcialmente em Woody Guthrie e influenciadas pela paixão de Pete Seeger por canções tradicionais. "Oxford Town", por exemplo, é um conto irônico sobre a arriscada matrícula de James Meredith como o primeiro negro na universidade do Mississippi.
Seu mais famosa canção à época, "Blowin' in the Wind", deriva parcialmente sua melodia da canção tradicional "No More Auction Block", apesar de sua letra questionar o status quo social e político da época. A canção teve muitas versões e tornou-se um sucesso internacional com Peter, Paul and Mary, criando um precedente para muitos outros artistas que se alçariam com sucessos através de composições de Dylan. Por sua parte, a canción "A Hard Rain's a-Gonna Fall" se baseia nos acordes da balada folk "Lord Randall". Com suas referências ao apocalipse nuclear, a canção ganhou ressonância durante o desenrolar da crise dos mísseis de Cuba, poucas semanas depois de Dylan começar a tocá-la. Como "Blowin' in the Wind", "A Hard Rain's a-Gonna Fall" marcou uma importante direção na composição de novas canções, mesclando o uso do fluxo de consciência e a lírica imagista com as formas tradicionais do folk.
Enquanto as primeiras canções de Dylan solidificaram sua reputação inicial, The Freewheelin' Bob Dylan também incluía canções de amor mescladas com uma lírica irônica e blues falado surreal. O humor se convirteu em um dos pilares da personalidad de Dylan, e a variedade de material impressionou muitos ouvintes, incluindo os Beatles. George Harrison comentou: "Só colocávamos e nos viajava. O conteúdo das letras de suas canções e só a atitude - era incrivelmente original e maravilhoso".
A voz áspera de Dylan era perturbadora para alguns ouvintes iniciais, ao mesmo tempo que uma atração para outros. Descrevendo o impacto que Dylan havia ocasionado em seu marido e nela mesma, Joyce Carol Oates escreveu: "Quando escutei pela primeira vez essa voz crua, muito jovem e parecendo não treinada, francamente nasal, como se a lixa pudesse dalar, o efeito foi dramático e eletrificante". Muitas de suas primeiras canções famosas alcançaram o público em geral através de versões imediatamente mais palatáveis de outros intérpretes, como Joan Baez, que se converteu na protetora de Dylan assim como sua posterior amante. Baez foi determinante na hora de levar Dylan à popularidade nacional e internacional com numerosas versões de suas canções e ao convidá-lo frequentemente ao palco em suas apresentações.
Alguns outros que gravaram e tiveram sucessos com canções de Dylan no início e metade da década de 1960 foram The Byrds, Sonny & Cher, The Hollies, Peter, Paul and Mary, The Association, Manfred Mann e The Turtles. A maioria tentou dar uma batida pop e ritmo às canções, enquanto Dylan e Baez os tocavam na maior parte como peças folk esparsas. As versões cover tornaram-se tão ubíquas que a CBS começou a promovê-lo com a frase"Nobody Sings Dylan Like Dylan."
Mas logo Dylan mudou de rumos artísticos, afastando-se do movimento folk de protesto e voltando-se para canções mais pessoais, instrospectivas, ligadas a uma visão muito particular de mundo. As questões sócio-políticas de seu tempo: racismo, guerra fria, guerra do Vietname, injustiça social, cedem espaço para a temática das desilusões amorosas, amores perdidos, vagabundos errantes, liberdade pessoal, viagens oníricas e surrealistas, embaladas pela influência da poesia beat. Esta transição se dá entre 1964 e 1966, quando Dylan eletrifica a sua música, passa a tocar com uma banda de blues-rock como apoio e choca a plateia folk, com sua aproximação ao rock. Na época, muitos ignoravam que Dylan já havia tocado rock and roll na adolescência e apreciava artistas country como Johnny Cash, que já trabalhavam com instrumentos elétricos desde os anos 50. O sucesso dos Beatles e demais roqueiros britânicos na releitura do rock americano também lhe chamaram a atenção. Em compensação, foi aclamado pela crítica, ampliou o seu público (mesmo sendo chamado de "traidor" por fãs do Dylan cantorfolk), tornando-se cada vez mais influente entre artistas contemporâneos (John Lennon que o diga) e lançando os mais apreciados discos de sua carreira, com uma série de canções clássicas de seu repertório: "Maggie's Farm", "Subterranean Homesick Blues", "Gates of Eden", "It's Alright Ma (I'm Only Bleeding)", "Mr. Tambourine Man", "Ballad Of A Thin Man", "Like a Roling Stone", "Just Like a Woman", entre outras, lançadas em seus álbuns mais inspirados: "Bringing It All Back Home" e "Highway 61 Revisited" de 1965 e o duplo "Blonde on Blonde", de 1966.
Em maio de 1966, após uma tumultuada turnê pela Inglaterra, devido ao formato rock dos shows, Dylan sofreu um grave acidente de moto que o afastou dos palcos e gravações até 1968. Em seu retorno, surpreendeu o público e a crítica com o álbum "John Wesling Hardin", fortemente influenciado pelo country, tendência que acentuou-se no trabalho seguinte, "Nashville Skyline", que trouxe o clássico "Lay Lady Lay" para as paradas. Limitando-se a apresentações esporádicas, das quais a mais importante foi sua participação no Festival da Ilha de Wight em agosto de 1969, além de sua participação no Concerto para Bangladesh, organizado por George Harrison em 1971, Dylan só voltaria a realizar turnês em 1974.
O que produziu no início dos anos 70 não foi bem recebido pela crítica, considerado muito abaixo de seus melhores momentos. Apenas algumas canções destacam-se: "If Not For You" (1970), "Knockin' on Heaven's Door" (1973), "Forever Young" (1974). Mas ao voltar as turnês, acompanhado pelo grupo The Band, retorna a evidência e ao sucesso, principalmente pelo elogiado duplo ao vivo "Before the Flood" (1974). Na retomada da carreira de forma mais ativa, Dylan produz "Blood On Tracks" (1975) e "Desire" (1976), seus melhores discos nos anos 70, aclamados pela crítica. Deste último, a canção "Hurricane", baseado na história de Rubin Carter, um boxeador negro preso injustamente, foi um sucesso espetacular, ao mesmo tempo que a turnê Roling Thunder Revue (75/76) era aclamada por crítica e público. É também de Desire as músicas Sara (dedicada para sua esposa) e Romance in Durango, essa ultima foi vertida para Romance no Deserto pelo cantor brasileiro Fagner para o disco de mesmo nome.
Após seu divórcio em 1977, da esposa Sara Lownds, com quem era casado desde 1965, Dylan viveu uma grande crise pessoal, que refletiu-se em seu trabalho artístico. Depois de uma turnê mundial em 1978, em parte registrada no duplo ao vivo "At Budokan" (gravado no Japão), ele voltou-se para a música gospel, após converter-se ao cristianismo e filiar-se a uma igreja. Foi o período mais controverso e polêmico de sua carreira, principalmente por Dylan afastar-se de seu repertório clássico e investir em canções com temática cristã. Nesta nova fase, surpreendeu seus antigos fãs e se apróximou de músicos do segmento cristão, como Larry Norman, Chuck Girard e Keith Green, em cujo álbum "So You Wanna Go Back to Egypt" chega a gravar uma participação com sua harmônica
Mais importante do que isso, motivado por sua nova espiritualidade, Dylan gravou três álbuns: "Slow Train Coming" (1979) considerado o mais inspirado dos três, deu a Dylan um Grammy de melhor vocal masculino, pela canção "Gotta Serve Somebody". O segundo álbum, "Saved" (1980), teve uma recepção menos entusiasmada, embora na opinião de Kurt Loder da Rolling Stone este álbum fosse superior ao primeiro. "Shot of Love" (1981) encerra a fase cristã de Dylan.
A despeito da intolerância das críticas à época do seu lançamento, em 2003, o conteúdo das músicas de "Gotta Serve Somebody" foi depurado, revisitado e redimido por nomes como Shirley Caesar, Helen Baylor, Chicago Mass Choir e outros representantes da música afro-americana, em "The Gospel Songs of Bob Dylan", um CD que se desdobrou em indicação para o Grammy e em documentário (2006) sobre esta fase. O jornal International Herald Tribune declarava que a interpretação afro-americana levava a música de Dylan a um outro patamar.
Com "Infidels", de 1983, Dylan afasta-se da fé cristã, volta-se inesperadamente para as suas raízes judaicas e parece reencontrar certo equilíbrio artístico. Bem recebido pela crítica, é considerado seu melhor álbum desde Desire. As apresentações ao vivo, em que volta a interpretar suas canções clássicas, marcam uma reconciliação com seu público. Em 1985 participa do especial We are the world com outros 40 grandes nomes da música estadunidense -entre eles Michael Jackson, Tina Turner, Ray Charles, Stevie Wonder - pela campanha contra a fome na África.
Dylan continua a gravar regularmente, buscando uma sonoridade "made anos 80" ao mesmo tempo em que tenta preservar seu estilo. "Down In The Grovy", álbum de 1988, passou despercebido, contém várias covers, mas equivale a uma declaração de princípios, com canções de folk-rock, gospel, rock, que demarcam os gostos artísticos preferenciais do artista. Depois de uma turnê com a lendária banda californiana Grateful Dead, ele lança o álbum "Oh Mercy" (1989), elogiado pela qualidade inesperada das canções e volta às paradas com o super-grupo Traveling Wilburys, formado com os amigos George Harrison, Tom Petty, além de Jeff Lynne e Roy Orbison.
No início dos anos 90, Bob Dylan parece dar uma "parada" na carreira. Para comemorar e fazer um balanço de seus 30 anos de trajetória, ele volta a gravar folk tradicional, acústico, sem importar-se com o pouco apelo comercial deste gênero nos dias atuais. Em 1992 é realizado um show-tributo em grande estilo, com a participação de vários nomes do rock, country e do soul cantando suas músicas: Eric Clapton, George Harrison, Stevie Wonder, Neil Young, Willie Nelson, Lou Reed, Eddie Vedder entre outros.
Depois do acústico produzido para a MTV em 1994, Dylan só voltaria com um CD de inéditas em 1997 (Ano que vários outros famosos voltaram a ativa com sucesso, entre eles os Bee Gees. O álbum "Time Out Of Mind" ganharia vários prêmios Grammy e foi considerado por muitos uma nova ressurreição artística, confirmada pela qualidade de "Love and Theft" (2001). Neste mesmo ano a revista Rolling Stone publicou uma lista com as 500 melhores músicas da história e em primeiro lugar ficou Like a Rolling Stone, de Bob Dylan. Atualmente registra-se um novo interesse pela vida e obra de Dylan, com o lançamento oficial de várias gravações piratas, além do lançamento do documentário "No Direction Home", de Martin Scorsese, que flagra os anos iniciais de sua carreira (1961-1966) e, mais recentemente, com "Modern Times", seu novo álbum lançado em 2006, com o qual, pela quarta vez na carreira, Dylan conquistou a liderança do ranking dos mais vendidos dos Estados Unidos, vendendo 192.000 cópias na primeira semana. A última vez que Dylan tinha alcançado a liderança nos Estados Unidos, foi com o álbum "Desire", de 1976, que ficou 5 semanas no topo das paradas. Antes disso, alcançou o primeiro lugar com o clássico disco "Blood On The Tracks", em 1975, e com "Planet Waves", no ano anterior.
Bob Dylan também pinta e desenha tendo lançado um livro de desenhos "Drawn Blank" em 1994.
Fez a sua primeira exposição denominada "The Drawn Blank Series" no Museu Kunstsammlungen em Chemnitz (Alemanha) (onde há obras de Munch e Picasso) entre Outubro de 2007 e 3 de Fevereiro de 2008 com 175 aquarelas e guaches.
Dylan escreveu o livro Tarântula em 1966, mas só foi publicado em 1971.

The Beach Boys
The Beach Boys é uma banda de rock dos Estados Unidos formada em Hawthorne, Califórnia, em 1961, e é tida como uma das mais influentes da história do rock e do pop. Emplacou dúzias de canções nas paradas de sucesso (também emplacou quatro compactos no primeiro lugar entre os mais vendidos nos Estados Unidos da América), além de álbuns recordistas de venda. Foi incluída no Hall da Fama do Rock and Roll em 1988. Seu álbum Pet Sounds, de 1966, que contém clássicos como "Wouldn't It Be Nice", "Sloop John B", "God Only Knows" e "Caroline, No", é considerado umas das maiores obras primas da história da música pop.
O grupo original consistia do cantor-músico-compositor Brian Wilson, seus irmãos Carl e Dennis, o primo Mike Love e o amigo Alan Jardine. Inúmeras mudanças tanto no estilo musical quanto na formação ocorreram durante a turbulenta existência da banda: os problemas psicológicos, abuso de drogas e o eventual afastamento de Brian; as mortes de Dennis em 1983 e Carl em 1998 e as batalhas legais entre os integrantes sobreviventes do grupo.
Foi um grupo que fez praticamente de tudo, surf rock (que foi o estilo inicial, sendo predominantemente do gênero até o sexto álbum, o All Summer Long), passando pela música erudita, country, blues, soul, bossa nova, música havaiana, até hard rock como a All I Want To Do do álbum 20/20 de 1969, entre vários outros já discriminados na discografia. Ajudaram a definir o pop barroco e sunshine pop em 1965 com o Today e Summer Days (And Summer Nights), estilos onde já se encontram os primeiros traços do art rock e do rock psicodélico divulgados pelo Pet Sounds em 1966.
Em 1957 aproximadamente, os irmãos Wilson já ensaiavam seus vocais com influência de The Four Freshmen, influência esta do pai Murry Wilson que escutava e tocava piano ouvindo o grupo. Nesta época os irmãos ensaiavam vocais na calada da noite para que o pai não acordasse, ou seja, era uma época dificil porque tinham medo de aprender música com as exigências de Murry, sendo que segundo Brian tinha medo das lições no piano e até de tocar nas teclas com medo das surras intermináveis.
Certa vez Brian surpeende os pais tocando ao piano e, nesse mesmo ano Al Jardine conhece Brian, Carl e o primo Love na Hawthorne Highscool no futebol americano, lugar este onde Al Jardine viu os irmãos e o primo cantarem juntos. Al Jardine nesta época tinha uma banda folk chamada The Islanders, além de ser um fundador da banda chamando os Wilson para fazerem um som juntos desde a escola.
Em 1958, quando Brian Wilson completa 16 anos ganha um gravador e começa a criar linhas vocais usando as vozes de Carl e sua mãe. Brian chamou a irmã de Love e um amigo para ensinar e treinar harmonias, além de sempre tentar fazer um som com colegas mas sem sucesso.
Em aproximadamente 1959 Brian, Love e dois amigos conseguem arrancar tremendos aplausos na escola cantando Hully Gully de Frank Rocco na versão de The Olympics, um grupo doo wop formado em 1957.
Dizem que uma certa vez Brian chegou para o produtor de Four Freshmen alegando fazer as linhas vocais, então chamou para passar as vozes no estúdio que, no fim ficou impressionado com o resultado certinho que o rapaz havia feito. Outras influencias de Carl e Brian também foram Johnny Otis e Chuck Berry que ajudaram na mudança e modo de tocar piano e violão com o rhythm & blues.
No início dos anos 1960 começam a experimentar as primeiras gravações de Surfin' e outros sons.
Em 1961 é fundada The Beach Boys, até então chamada Pendletones, Kenny & Cadets e Carl and Passions, agora como instrumentistas onde gravam varias músicas como Surfin', Luau, Barbie, Surfer Girl, Surfin' Safari entre outras que, foram lançadas anos mais tarde como um álbum chamado Lost & Found.
Em 1961 foi o ano crucial da banda, que, tocam o primeiro show ao vivo, gravam o compacto simples "Surfin' " pela Candix no lado a "Surfin' " e o lado b "Luau". "Surfin' " conseguiu um 75# nos Estados Unidos, abrindo caminho para a gravadora Capitol Records.
Em 1962 entra David Marks, e também gravam o compacto Surfin' Safari com lado a a faixa título e lado b 409, chegando com o lado a em 14# nas paradas americanas e o lado b em 76#. Esse compacto chega em outubro no Reino Unido, mas não chegou a fazer impacto, além do álbum ajudar na divulgação do surf rock e artistas como Dick Dale, e também à inaugurar o surf rock vocal junto com Jan & Dean. O álbum foi produzido por Nick Venet e Murry Wilson.
Chega o ano de 1963 e lançam um álbum ainda mais produzido e bem tocado chamado Surfin' USA. O compacto simples Surfin' USA com o lado a a faixa título e o lado b Shut Down, chega ao 1# no Canada, 3# na América, 6# na Suíça, 9# na Austrália e em 34# no Reino Unido em junho de 1963.
Uma polêmica foi o sucesso da canção Surfin' USA, na qual foi chamada de plágio, que é simplesmente uma versão melódica do clássico de Chuck Berry, a Sweet Little Sixteen, apenas mudando a letra e interpretação, além de o início da guitarra ser tirada do clássico Movin 'n' Groovin de Duane Eddy, um dos pioneiros ao lado de Link Wray e contemporãneos na explosão do rock instrumental em 1958, uma das origens estilísticas do surf rock.
Plágio pode ser uma composição muito parecida ou até igual a original com letra diferente, mas, o plágio não assume a influência da canção original não dando crédito ao compositor da original, o que não é sadio para o mundo da música; A versão se difere do plágio, já que preserva a estrutura da canção original mudando apenas a letra, porém, dando crédito ao verdadeiro compositor.
O motivo desta polêmica foi por Brian não ter creditado Berry na música, talvez por fazer uma homenagem a um clássico bastante conhecido na época. Com a ameaça de uma ação judicial, foi dado oficialmente crédito a Berry pela canção.
Ainda em 1963 lançam mais dois álbuns, o Surfer Girl e depois o Little Deuce Coupe. Surfer Girl marca a liderança de Brian pela primeira vez como produtor.
A faixa título é uma das mais respeitadas canções da primeira fase da banda, uma balada surf com melodia sofisticada e vocais doo wop profissionais com uma harmonia jazzificada. É considerada por uma das maiores canções do gênero doo wop e, era incomum na época a sua sofisticação no rock. Influenciado por Phil Spector, especialmente Be My Baby, Brian passa à caprichar ainda mais na produção dos álbuns.
O álbum Little Deuce Coupe de 1963, mostra que o grupo estava mudando o som a cada dia, embora tenha algumas repetições no disco. É considerado como um dos primeiros discos conceituais, e é o primeiro álbum com o estilo hot rods, mesmo já ter gravado neste subgênero da surf music no primeiro álbum, a 409.
Em 1964 vêem Beatles dominar as paradas americanas, porém antes disso, já estavam gravando o disco lançado no mesmo ano, o Shut Down Volume 2. Shut Down Vol 2 é o segundo e último disco na fase hot rods. O disco marca a entrada da banda no mundo pop, com o exemplo da refinada Don't Worry Baby, sendo como uma grande resposta à Be My Baby, gravada originalmente por The Ronettes.
Neste mesmo ano, lançam o último disco com o predomínio do gênero surf rock, o All Summer Long que, foi como uma resposta à invasão britânica, chegando ao 1# nas paradas com a clássica I Get Around. É um disco cheio de músicas marcantes e bem trabalhadas, e é onde o grupo começa à entrar cada vez mais no mundo pop. Os vocais de I Get Around são dos mais respeitados da década de 1960.
Depois desse penúltimo álbum de estúdio em 1964, lançam o ao vivo gravado no Memorial Auditorium em Sacramento, Califórnia; Beach Boys Concert. O disco mostra a qualidade do grupo, mostrando serem competentes instrumentistas, além de estarem entrosados, cantando e tocando bem ao mesmo tempo.
O último álbum de estúdio de 1964 marca o início de uma nova caminhada do grupo; O álbum natalino The Beach Boys' Christmas Album que, além de levar a sua excelente bagagem inicial (o surf rock), ganha novas sonoridades, novos estilos como o jazz e uma reunião de instrumentos ainda maior. O álbum é o ponta pé para a fase sofisticada da banda que é a fase de 1965.
1965 é um ano importante para o grupo e para o rock, sendo alicerce para o álbum de 1966, o Pet Sounds. O grupo ajuda na evolução do género como um estilo vanguardista com os álbuns Today! e Summer Days (And Summer Nights!!). Contudo o estilo já estava caminhando na evolução experimental desde o fortalecimento do rock instrumental em 1958 e com a explosão do surf rock no início dos anos de 1960. Em agosto de 1964 lançam a When I Grow Up (To Be A Man) com o uso do instrumento cravo e, foi neste período que o experimentalismo por parte de Brian passa à virar prioridade nas composições, até que em dezembro de 1964 Brian assume consumir a maconha, alegando sentir os efeitos sobre suas composições.
The Beach Boys Today!, gravado a partir de 1964, fortemente influenciado por Phil Spector, foi um álbum diferencial para a época, com Brian Wilson decidido a fazer um álbum ainda mais sofisticado e à continuar a evolução do grupo, agora e forma mais séria do que nunca. Tudo começa com o surto de Brian no avião na volta de uma turne dos Beach Boys, mostrando não estar totalmente satisfeito com real ambição musical do grupo como ele realmente queria, mesmo com a contribuição para as transformações do rock nos seus álbuns anteriores. Contrata mais músicos de estúdio, implementa mais experimentalismo, instrumentos não usuais no gênero, maior produção, melodias mais expansivas e com mais estilos musicais.
Um rock ou pop sofisticado que, contém linhas de jazz, surf rock, elementos de flamenco, e elementos de música erudita. Revela ainda mais a genialidade de Brian Wilson, que continua com o álbum seguinte ainda em 1965, o Summer Days(And Summer Nights), com a mesma riqueza e proposta musical do Today!, além de conter músicas pré psicadélicas, antes ainda de Beatles lançar o Help e Rubber Soul também em 1965.
É em 1965 que Brian após ouvir o Rubber Soul dos Beatles, resolve rivalizar com os inglêses, compondo o álbum que marca uma nova era do rock e do pop, o Pet Sounds. Mesmo os álbuns dos Beach Boys de 1965 sendo mais sofisticados que o próprio Rubber Soul, Brian subestima seus álbuns, já que ele sempre se cobrava e nunca era totalmente satisfeito com sua própria obra, o que gerou um certo incômodo por parte dos outros integrantes do grupo depois.
1966 é a nova era do rock e, foi também contribuida por Beach Boys com o Pet Sounds (sons de animais domésticos e com duplo sentido no inglês, sons preferidos), composto e gravado a partir de 1965. Assombra todos os contemporâneos americanos e principalmente os inglêses com a genialidade de Brian Wilson, competência dos integrantes do grupo, mais a técnica dos músicos de estúdio.
Marca a chegada do art rock e da cultura da expansão mental devido à Brian experimentar psicotrópicos como marihuanna e LSD, abrindo caminhos para o rock psicodélico. O álbum Pet Sounds influenciou Beatles e a George Martin à criar o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band e os inglêses de uma forma geral, obrigando a melhorar a produção, forma de composição e experimentalismo.
Até foi dito que Rolling Stones fizeram um campanha para que seus fãs comprassem o Pet Sounds e, The Who passa a compor álbuns ainda mais sofisticados e pesados.
Lançam o compacto Good Vibrations, um dos maiores clássicos do rock e da música psicadélica, abrindo caminho para a explosão do movimento em 1967, e é uma dos mais perfeitos tecnicamente clássicos do rock já lançados. Como era uma época em que a mídia apoiava a música de vanguarda (o que não acontece nos dias de hoje), o compacto vendeu milhões de cópias gerando uma grande expectativa no próximo álbum do grupo, já que a canção faria parte do revolucionário Pet Sounds, ficando de fora.
Esta fase triste da banda e principalmente de Brian Wilson, começa ainda em 1966 e que culminou em 1967 com o cancelamento do que seria o maior álbum da história do rock abortado com 90% aproximadamente completado; O Smile, depois da grande expectativa gerada após o lançamento de Good Vibrations.
Brian Wilson nesta época já estava usando o LSD, e abusando do psicotrópico, além de sua doença diagnosticada anos depois, a esquizofrenia, estar sendo mal cuidada. A soma destes problemas, mais a pressão da gravadora com outros membros dos Beach Boys, no receio de não vender como aconteceu com o Pet Sounds na América, ao contrário da Inglaterra, contribuiu na piora de Brian.
O Smile já havia sido composto e sendo gravado desde 1966, mas as gravações foram se estendendo com estes problemas citados acima, fazendo com que a gravadora apressasse mais em 1967. Um detalhe importante é que ouviu a Strawberry Fields Forever lançada no fim de 1966, deixando surpreso, porém isso ocorreu depois dos problemas já estarem agravados. Em 1967 com o desgaste e demora da conclusão, Brian já não conseguia mais juntar as partes compostas na gravação, e, viu o Sgt. Peppers sair antes de Smile. Abandonou o projeto e ficou por anos na cama.
Não foi Beatles o responsável pela desistência de Brian, vendo-se o período de gravação, cronologia e muitos outros problemas que já estavam vindo à tona. Brian como era já problemático com sua própria obra, nunca era satisfeito com mesma e, sempre achou a obra dos outros superior à sua, como exemplo a Be My Baby de Phil Spector e Beatles.
Em entrevistas recentes, Brian Wilson já mostra opiniões diferentes como numa pergunta sobre a comparação entre Sgt. Peppers e Smile, respondendo que as duas obras tinham propostas diferentes, não deixando claro qual era o melhor. Isto foi numa entrevista na época em que lançou o Smile em 2004.
Lançam o Smiley Smile que, apesar de sua péssima reputação é ainda bem feito, à frente da época e é um dos mais psicodélicos do rock, sendo como um dos preferidos de Pete Townshend do The Who. A Good Vibrations foi colocada neste álbum.
Lançam ainda em 1967 o Wild Honey que marca o primeiro álbum do grupo sem a liderança de Brian. É cheio de soul, músicas ácidas e melódicas. Apesar de ser uma tentativa ao simples, é um típico álbum de 1967 e atual na época.
Friends de 1968 mostra os Beach Boys alcançando cada vez mais a maturidade e perfeição musical até 1973. O Friends é considerado artisticamente um dos discos mais perfeitos do grupo.
Todos os álbuns pós Pet Sounds até o Holland são considerados obras primas, e alguns não ficando atrás do lendário Pet Sounds, mesmo não tendo moral na mídia, além de serem um fracasso em vendas. Curiosamente é que de Wild Honey até o Holland não tem a liderança de Brian Wilson que, havia se afastado do grupo, revelando a genialidade e talento dos outros Beach Boys, além de Brian ter retornado ao grupo somente em 1976.
Mesmo não sendo considerados discos clássicos por muitos fãs, os álbuns após o vanguardista Holland, são bons, bem feitos, e são justamente a volta de Brian ao grupo como uns dos exemplos, o 15 Big Ones, Love You, The Beach Boys, entre outros.
Em 1989 e 1992 lançam os últimos álbuns de estúdio com canções próprias, álbuns que não correspondem à genialidade dos álbuns anteriores, não são álbuns queridos pelos fãs, mas que têm trabalhos bem feitos em excecução instrumental e vocal. Em 1996 lançam o último álbum de estúdio, com versões country dos clássicos do grupo. Em cada faixa tem a participação de artistas do gênero como Willie Nelson, Junior Brown, Lorrie Morgan, entre outros.
O Beach Boys continua a se apresentar em turnês, mas apenas com uma fração de seus integrantes originais.

FONTE: Wikipédia; Documentário A História do Rock N' Roll (Parte 2 Anos 60)